SARA MARIANO
Sara Mariano: defesa abandona júri e julgamento é cancelado
Defesa alegou falta de segurança e estrutura

Por Victoria Isabel e Luiza Nascimento

O júri popular do caso Sara Mariano, que aconteceria na manhã desta terça-feira, 25, no Fórum de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, foi cancelado. A defesa abandonou o julgamento, após alegar falta de segurança e estrutura.
Na ocasião, os três acusados pelo feminicídio da cantora gospel, Ederlan Santos Mariano, Weslen Pablo Correia de Jesus e Victor Gabriel Oliveira Neves, seriam julgados.
O advogado de defesa de Ederlan Santos Mariano, Otto Lopes, afirmou que a decisão de deixar o plenário decorreu após a defesa identificar uma possibilidade de imparcialidade no julgamento.
"Não tem estrutura física, estrutura de segurança, estrutura adequada para um julgamento de três réus em um processo que deve perdurar de dois a três dias. Mais de 11 advogados constituídos e não tem estrutura sequer com a bancada defensiva. A gente tem apenas quatro locais. O próprio Ministério Público está de pé ao lado de onde os jurados se sentariam, o que feriria a imparcialidade do julgamento", afirmou.
Segundo o jurista, desde a audiência anterior, os réus têm sido agredidos e hostilizados pela população. Desta forma, o advogado garante querer exercer o direito constitucional de defesa com brevidade, mediante garantia da estrutura julgada adequada.
"A gente quer que seja desaforado, em especial para a comarca de Salvador, que tem o Fórum Ruy Barbosa, com estrutura física adequada para esse julgamento", sugeriu.
Promotor de Justiça lamenta cancelamento
O promotor de Justiça, Audo Rodrigues, lamentou o cancelamento do júri. Segundo ele, há possibilidade de que o julgamento seja desaforado, no entanto, havia uma estrtura de segurança no local, contanto, inclusive, com a presença da Polícia Militar.
"Me parece que falta argumentação no plenário para se discutir e trazer essas provas de que eles não seriam os autores desse fato. O resultado foi isso aí. Uma completa deselegançia e deslealdade processual com todos aqui, com o gasto de dinheiro aqui", lamentou.
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O que diz a acusação?
O advogado da família da cantora gospel Sara Freitas Mariano, Rogério Matos, acredita que o cancelamento tenha prejudicado, sobretudo, os investigados, que continuarão presos até a nova audiência.
"A defesa passou o tempo todo dizendo que não havia provas, que o cliente era inocente, e quando chegou no momento dele mostrar, optaram por correr. Abandonaram o plenário do júri, causaram um transtorno ao judiciário e eu ouso a dizer que causaram um transtorno até à própria defesa", disse Matos.
Relembre o crime
O crime aconteceu em 24 de outubro de 2023, na entrada do Povoado Leandrinho, no município.
Entre os acusados estão o viúvo da cantora, Ederlan Santos Mariano, apontado como mentor do assassinato; Weslen Pablo Correia de Jesus e Victor Gabriel Oliveira Neves. Eles estão presos preventivamente e responderão por crimes de feminicídio executado por motivo torpe, meio cruel e sem possibilitar a defesa da vítima, de ocultação de cadáver e associação criminosa.
Em abril, Gideão Duarte de Lima, um dos envolvidos na morte de Sara, foi condenado a 20 anos, 4 meses e 20 dias de prisão em regime fechado. Ele atuou no crime como o motorista de aplicativo que conduziu a pastora até o local onde ela foi morta.
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