LUTO PROLONGADO
Valéria: mortes de irmãos continuam sem respostas após quase dez meses
A suspeita é que Benjamim e Valentina tenham morrido por envenenamento

Por Andrêzza Moura

No próximo sábado, 6 de dezembro, completam-se dez meses desde que os irmãos Benjamim Fonseca, de 7 anos, e Maria Valentina Fonseca, de 5, foram encontrados mortos dentro de casa, no bairro de Valéria, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.
Desde o dia do fato, em 6 de fevereiro, a família segue sem respostas sobre a causa das mortes das crianças. A suspeita é que elas tenham sido envenenadas.
A demora no resultado dos laudos periciais e na conclusão do inquérito policial intensifica a dor de Alexandra de Jesus Fonseca, avó das crianças. Ela revelou que a última vez que teve informações sobre as investigações foi em setembro, quando o caso completou sete meses.
"Até agora não tivemos o laudo. Já fomos na delegacia e não tinha chegado o laudo. Não me falaram nada, só que, geralmente, [resultado] o homicídio demora tanto e, nesse caso, ia demorar mais um pouco. Quando a gente foi, ia fazer sete meses. Já está indo para quase dez meses, eu vou aguardar chegar mais próximo para gente retornar lá, para ver o motivo da demora", afirmou dona Alexandra. Ela é mãe de Iasmim Conceição Fonseca, mãe das crianças.
O Portal A TARDE procurou a Polícia Civil para saber o andamento do inquérito e foi informado de que o caso ainda está sob investigação. Por meio de nota encaminhada pela a assessoria de comunicação, a 3ª Delegacia de Homicídios Baía de Todos-os-Santos (DH/BTS), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), declarou:
"A 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) aguarda os laudos periciais para prosseguir com o inquérito que apura a morte de dois irmãos, um menino de sete anos e uma menina de cinco, encontrados com sinais de envenenamento na residência da família, no bairro de Valéria, em 6 de fevereiro deste ano. Já foram realizadas oitivas com familiares e vizinhos, além de outras diligências investigativas. A conclusão da perícia será determinante para esclarecer a causa das mortes".
A reportagem também entrou em contato com o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para questionar a demora na entrega do laudo, mas, até a publicação desta matéria, não havia obtido resposta do órgão.
"Entrego tudo na mão de Deus"
Em 6 de fevereiro, os irmãos Benjamim Fonseca, de 7 anos, e Maria Valentina Fonseca, de 5, foram encontrados mortos em casa, no bairro de Valéria, no Subúrbio de Salvador. Em março, quase 45 dias após a tragédia, a família ainda aguardava respostas sobre a causa das mortes, o que gerava dor e frustração.
Na ocasião, dona Alexandra, avó das crianças, conversou com o Portal A TARDE e desabafou: “Sinto que é um pouco de falta de respeito porque teve uma repercussão muito grande. E aí, a resposta do laudo demora desse jeito. É como se não tivesse dado importância”.
A suspeita era de que as crianças haviam sido envenenadas após comerem uma gelatina preparada pela mãe, Iasmim Conceição Fonseca, de 23 anos. A jovem e o marido, Jean Silva da Hora, também consumiram o alimento e passaram mal.
Iasmim foi internada em estado grave no Hospital do Subúrbio, em Periperi, e recebeu alta em 12 de fevereiro, seis dias após as mortes dos filhos. Jean também foi atendido na unidade de saúde, mas foi liberado no mesmo dia.
Na época, a Polícia Civil informou à reportagem que aguardava os resultados dos laudos periciais para dar prosseguimento ao inquérito, conduzido pela 3ª DH/BTS. O prazo dado pelo DPT à família foi de 45 dias.
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"Já ligamos duas vezes. Tanto eu, quanto Jean [padrasto das crianças] e não obtemos nenhuma resposta. Me sinto triste pelas duas vezes que liguei e não recebi nenhuma resposta. E a única a palavra que recebi foi: você vai ter que esperar, não posso fazer nada. Mas, enfim, não posso fazer nada. Na verdade, entrego tudo na mão de Deus", lamentou a senhora, em março.
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