BASTIDORES
Alden volta a ironizar inquérito da PF : “Vazaram fofocas, não crimes”
Reação do parlamentar bolsonarista acontece após seu nome ter sido incluído no inquérito
Por Gabriela Araújo

Em tom de surpresa, o deputado federal Capitão Alden (PL-BA) reagiu à divulgação da sua conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluída no relatório da Polícia Federal (PF), que indicia o ex-mandatário e o seu filho, Eduardo Bolsonaro (SP).
“Seguindo para cumprir agenda no interior do estado [da Bahia] e na hora de parar para almoçar, de repente, me dou de cara com o Jornal Hoje repercutindo as notícias sobre o “vazamento” de mensagens entre mim e o presidente [Jair] Bolsonaro, Eduardo e Silas Malafaia”, escreveu o parlamentar baiano nesta quinta-feira, 21, em uma rede social.
O parlamentar baiano foi citado como um dos nomes responsáveis que orientou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a burlar as medidas cautelares do Supremo Tribunal Federal (STF) durante as manifestações do dia 3 de agosto, que resultaram em sua prisão domiciliar.
Alden ainda questionou a atuação dos policiais federais sobre a divulgação do inquérito, que repercutiu na imprensa, na noite de quarta-feira, 20.
“Aí fiquei pensando: A PF vazou mensagens de áudio com crimes? (rachadinha? Propina? Esquema de corrupção? Confissões? Dólares na cueca? Apelido da Odebrecht? Transferências ilícitas?) Não!”, acrescentou o deputado federal.
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O baiano ainda considerou a repercussão das mensagens, entre elas, a do xingamento do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro a seu pai, como fofocas.
“Só mensagens que mostram fofocas, tretas dos bastidores do poder e de uma discussão em família”, disse.
Por fim, ele também atacou o presidente Lula (PT). “Enquanto isso? Se fosse mensagens do celular do Lula:
- Roubo do INSS;
- Caixa 2 nas estatais;
- Corrupção no governo;
- Filho ganhou na loteria;
- Janja reserva melhor hotel em Paris?”, questionou o parlamentar.
Pronunciamento do deputado baiano
O deputado federal baiano, Capitão Alden,negou que tenha cometido qualquer ato ilícito na conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as manifestações realizadas no dia 3 de agosto no Farol da Barra.
Em contato com o Portal A TARDE, o parlamentar alegou que o conteúdo da conversa nada mais foi do que uma saudação do presidente ao povo baiano, enviada por ele como porta-voz de milhares manifestantes.
Veja a nota na íntegra:
Em razão das recentes reportagens que citam meu nome em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), em virtude de uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro no último dia 3 de agosto, durante as manifestações legítimas pela liberdade em todo o Brasil, venho a público esclarecer:
1. O conteúdo da conversa nada mais foi do que uma saudação do presidente ao povo baiano, enviada por mim como porta-voz de milhares de cidadãos que estavam nas ruas, de forma pacífica, defendendo a democracia, a liberdade de expressão e o respeito à Constituição.
2. Não há qualquer ato ilícito nessa troca de mensagens. A manifestação foi pública, cívica e amparada pelo direito constitucional de livre reunião e livre manifestação do pensamento. Transformar isso em objeto de inquérito revela a fragilidade das acusações e a tentativa desesperada de criminalizar a oposição.
3. A posição do STF, de que Bolsonaro está proibido de dar entrevistas se estas forem reproduzidas nas redes sociais por terceiros (inclusive veículos de imprensa) é de uma gravidade institucional sem precedentes. Isso não atinge apenas Bolsonaro. Atinge a liberdade de imprensa, o direito à informação e o livre exercício da política.
4. Nem mesmo chefes de facções criminosas ou condenados por corrupção, como o presidente Lula, tiveram essa censura imposta. Aliás, Lula foi autorizado por decisão do ministro Lewandowski a dar entrevistas enquanto estava preso e condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. Bolsonaro sequer foi julgado ou condenado, e tampouco descumpriu qualquer das condições que, legalmente, poderiam justificar medidas tão graves, como risco de fuga ou obstrução da Justiça.
5. Outro ponto grave: eu estou deputado federal, no exercício pleno do mandato, e segundo a Constituição sou inviolável por quaisquer palavras, opiniões e votos. Se está acontecendo comigo (tendo conversas privadas expostas ilegalmente) quem dirá com um cidadão comum! Hoje somos nós, amanhã pode ser qualquer um.
Em nome de uma suposta e pretensa “defesa da democracia”, estão violando os próprios pilares da democracia: os direitos e garantias fundamentais.
6. É sintomático que o vazamento seletivo dessa conversa ocorra no mesmo dia da votação do PL 2.628 — que trata da regulamentação das redes sociais —, da derrota do governo na CPMI do INSS, e da operação de busca e apreensão na casa do pastor Silas Malafaia. Tudo indica uma estratégia para desviar o foco da opinião pública e tentar manter a direita na defensiva, enquanto o Brasil enfrenta crises reais ignoradas por esse governo.
7. Por fim, reafirmo que não me calarei diante das tentativas de intimidação. Fui eleito para defender a liberdade, a verdade e o povo brasileiro. E seguirei fazendo isso com firmeza e coragem, doa a quem doer.
8. E é importante deixar claro: tanto o presidente Bolsonaro quanto suas principais lideranças — serão alvos de perseguições e tentativas de silenciamento. O sistema sabe que em 2028, com um Congresso mais forte, poderemos dar um freio aos desmandos de quem hoje se coloca acima da Constituição. Por isso tentam nos destruir desde já. Mas não conseguirão. A liberdade vai vencer.
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