Acelen deve 3 anos de IPTU ao município de Madre de Deus

A Acelen, empresa responsável pela Refinaria de Mataripe, tem três anos de IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) atrasado junto ao município de Madre de Deus, na Região Metropolitana de Salvador. A informação foi revelada ao Portal A TARDE pelo prefeito Dailton Filho (PSB) no início da tarde desta sexta-feira, 16.

Dailton foi consultado pela reportagem sobre a Acelen não ter pago os últimos seis meses de parcelas do tributo. Em resposta, o prefeito não apenas confirmou, como também detalhou. “São três anos de IPTU: 2022, 2023 e 2024”, declarou.

A Refinaria de Mataripe, apesar de possuir sua sede em São Francisco do Conde, tem seus ativos logísticos instalados em Madre de Deus, devendo pagar IPTU às prefeituras de ambos os municípios.

VEJA MAIS:
>> "Visa apenas o lucro”, dispara economista sobre Acelen na Bahia
>> Após Acelen elevar preço, saiba como economizar com gás de cozinha
>> Bahia pode ficar sem combustível por causa da Acelen, aponta denúncia

Pertencente à Mubadala Investment Company, da família real de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a Acelen comprou a Refinaria de Mataripe em março de 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), por 1,65 bilhão de dólares — um valor equivalente atualmente a pouco mais de R$ 9 bilhões.

De lá para cá, a Bahia viveu uma sequência de aumentos no preço dos combustíveis, constantemente liderando o ranking de gasolinas mais caras do Brasil.

Neste momento, a Petrobras, sob influência do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem negociado para retomar o controle da Refinaria de Mataripe. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o acordo está próximo de acontecer.

Em nota, a assessoria de comunicação da Acelen afirmou que a divergência no cálculo para a cobrança do IPTU da Refinaria de Mataripe "datam de antes de sua chegada, em dezembro de 2021".

"São objeto de um processo judicial aberto pela gestão anterior contra o município. Desde que assumiu a Refinaria, a Acelen tem trabalhado para resolver a situação, que implica na cobrança de valores superiores aos de mercado e impactam até mesmo na transferência da titularidade dos imóveis", diz nota encaminhada ao Portal A TARDE.

*Matéria atualizada para acrescentar nota da Acelen.