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"É porque não ganha na política", alfineta Carballal sobre UB

Aliado do presidente da Câmara questiona mandado de segurança contra Geraldo Junior e escolha do juiz da ação

Publicado quinta-feira, 28 de abril de 2022 às 10:32 h | Autor: Lucas Franco
“Eu não estou criticando o juiz. O que estou dizendo é que ele está impedido de julgar esta ação porque seu pai é filiado ao UB, é suplente e ocupa cargo comissionado na prefeitura", disse Henrique Carballal sobre Pedro Godinho Filho
“Eu não estou criticando o juiz. O que estou dizendo é que ele está impedido de julgar esta ação porque seu pai é filiado ao UB, é suplente e ocupa cargo comissionado na prefeitura", disse Henrique Carballal sobre Pedro Godinho Filho -

Vereador de Salvador licenciado, Henrique Carballal (PDT) reiterou críticas ao grupo de ACM Neto (União Brasil) e ao mandado de segurança e escolha do juiz dessa ação que tenta impedir que a Câmara Municipal seja presidida por Geraldo Junior (MDB), seu aliado. “O prefeito não tem condição de nos derrotar na política e está indo para outros campos de atuação”, alfinetou o pedetista na manhã desta quinta-feira, 28, no programa Isso É Bahia, da rádio A TARDE FM (103.9 FM).

Após ser reeleito presidente da Câmara, em 29 de março, Geraldo Junior foi anunciado como pré-candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Jerônimo Rodrigues (PT). Para Carballal, a justificativa da ação movida pelo União Brasil (UB) contra Geraldo Junior, ex-aliado da legenda de ACM Neto, não tem fundamento técnico. “A proporcionalidade [das comissões] eu garanto a você que será demonstrada, seja em juízo, seja na política”. A suposta desproporcionalidade das representações dos partidos nas comissões que compõem a casa, que é o objeto da ação judicial, não foi questionada antes da ida de Geraldo Junior para a base aliada de Rui Costa (PT) porque, segundo Carballal, o caráter da ação é político. “Esses vereadores participaram do processo eleitoral que levou Geraldo Junior à sua eleição e legitimaram o processo que levou à recondução dele para a mesa. Se você vê a foto, é de profundo constrangimento de vários. Porque eles participaram do processo. Mesmo assim foram ao MP questionar o que a casa realizou”, alegou.

Também foi questionado por Carballal a escolha do juiz da ação, Pedro Godinho Filho, embora seu grupo só pense em entrar no âmbito judicial se a decisão do juiz for contra Geraldo Junior. “Eu não estou criticando a figura do juiz, diminuindo sua importância, tampouco tecendo qualquer tipo de ilação sobre o que ele vai fazer. O que estou dizendo de forma muito clara é que ele está impedido de julgar esta ação porque seu pai [Pedro Godinho] é filiado ao partido [UB], é suplente e ocupa cargo comissionado na Prefeitura de Salvador”.  

O vereador licenciado chegou a ler um trecho do Código do Processo Civil para defender seu ponto de vista. “O que diz no artigo 144: ‘Há impedimento do juiz, sendo vedado de exercer suas funções, quando for parte do processo ele próprio, seu cônjugue, ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim. Em linha reta ou colateral. Até o terceiro grau inclusive’. Então está claro que ele está impedido de exercer seu papel de juiz, no ato de julgar essa ação, porque há interesse de forma clara e explícita por parte de seu pai. Eu sustento o que eu falo”.

Também foi criticado por Carballal o fato de que a autonomia da casa legislativa municipal ficou comprometida. “Estão pedindo que um outro poder intervenha na Câmara de Salvador”. 

Questionado se Geraldo Junior “precisa de defensor”, Carballal justificou que sua atuação no caso se deve à defesa do seu grupo. “Eu coordeno a campanha dele. Ele estava em Juazeiro com Jeronimo Rodrigues [pré-candidato a governador], Otto Alencar [senador pré-candidato à reeleição] e Rui Costa [governador]. Enquanto ele está lá eu estou cumprindo tarefa, junto com outros parceiros. Não é um projeto individual. Geraldo não representa a si, mas um projeto”.

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