NOS POSTOS DE GASOLINA
Vereador pretende revogar lei sobre frentistas denunciarem motoristas
Medida será apresentada pelo vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB) no início de 2024
Por Da Redação
Após as queixas dos trabalhadores de postos de combustíveis, o vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB) afirmou nesta quinta-feira, 9, que apresentará uma proposição parlamentar para revogar a lei que obriga os funcionários de postos de combustíveis a avisarem para as autoridades policiais sobre condutores que demonstram sinais de embriaguez.
A medida que versa o projeto lei, de autoria do vereador Sidninho (Podemos), só poderá ser apresentada na Câmara Municipal de Salvador (CMS) em 2024, conforme determina o Regimento Interno.
“Quando ocorrer a abertura dos trabalhos legislativos de 2024, em fevereiro, apresentarei o projeto de lei”, diz Augusto Vasconcelos.
A Lei 9.750/2023, sancionada pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil), em outubro, está sendo duramente criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia (SINPOSBA), que aponta a transferência de responsabilidade do Poder Municipal para os frentistas.
“É um absurdo essa situação. Essa obrigação de coibir que indivíduos venham a dirigir embriagados é da Prefeitura e da polícia. Em nenhum momento os trabalhadores de postos de combustíveis foram consultados sobre essa lei que causa revolta na diretoria do Sinposba essa situação”, protesta o presidente do Sinposba, Antônio José dos Santos.
Autor do PL, o vereador Sidninho (Podemos) cita como exemplo o estado de São Paulo e alega que a matéria teve o debate necessário antes de ser encaminhado ao chefe do Executivo.
“Esse é um projeto que vem sendo debatido no estado de São Paulo e acolho o que vem de lá para que a gente possa replicar aqui na nossa cidade", disse ao portal A TARDE.
“O projeto foi discutido com sindicalistas, postos, a gente não fala de frentista, a gente fala de funcionários do posto. Hoje os donos de postos de combustíveis terão que criar um caminho para poder criar essa ocorrência", completou.
Já o vereador Augusto Vasconcelos, que também é ouvidor-geral da CMS, alega que a proposta abre brecha para que os profissionais “sofram assédio moral”, sendo assim, se faz necessário a revogação do PL.
“Esta lei coloca como tarefa dos trabalhadores em postos de combustíveis uma atribuição dos órgãos de segurança pública e dos agentes de trânsito. É mais um motivo para esses profissionais sofrerem assédio moral. Vou apresentar um projeto de lei pela revogação dessa matéria, pois não podemos admitir, em hipótese alguma, essa atribuição a tão valorosa categoria”, pontuou o parlamentar.
Tribuna Popular
No último dia 30, a Tribuna Popular da Câmara Municipal de Salvador foi utilizada pelo secretário-geral do Sinposba, Eduardo Silva. Ele protestou contra a promulgação da Lei Municipal 9.750/2023.
“Este projeto de lei não deveria ter sido criado. E não houve nenhum diálogo com a representação sindical da categoria. Quem irá garantir a integridade física do trabalhador em casos de denúncia? E o poder de polícia é intrínseco à União, estados e municípios”, disse Eduardo Silva.
Neste mesmo dia, o vereador Luiz Carlos Suíca (PT) pediu uma alteração na lei para que tirasse a obrigatoriedade da delegação dos frentistas e solicitasse a autorização da instituição de cooperação entre os estabelecimentos comerciais de postos de combustíveis com as autoridades policiais de segurança pública.
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