ESCÂNDALO NA EDUCAÇÃO
Novo chefe do MEC diz que só Ribeiro pode dizer o que aconteceu
Victor Godoy não respondeu se “colocaria a mão no fogo pelo ex-ministro”: “Espero que ele esclareça”
Em resposta ao deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que perguntou se seria possível “colocar a mão no fogo” por Milton Ribeiro, o novo ministro da Educação, Victor Godoy, disse que embora nunca tenha sido solicitado a praticar qualquer ilegalidade no MEC, só Ribeiro pode dizer o que aconteceu no episódio que levou à sua exoneração e prisão.
“Minha relação com o ministro sempre foi de cordialidade, de respeito profissional. Espero que ele esclareça tudo o que aconteceu. Meu secretário-executivo não acompanha 10% das minhas agendas, porque ele tem as agendas dele. Era exatamente a forma como eu trabalhava com o ex-ministro Milton”, disse Godoy, em uma audiência pública das comissões de Educação e Fiscalização e Controle da Câmara. Antes de assumir a chefia do MEC, Godoy foi secretário-executivo da pasta por pouco menos de dois anos
Apesar da exoneração de Ribeiro, o colunista do portal Metrópoles, Igor Gadelha, escreveu em sua coluna que a família Bolsonaro mantém contato com o ex-ministro. Bolsonaro chegou a dizer que colocava a “mão no fogo” por Ribeiro” no início das investigações, mas mudou o discurso três meses depois ao dizer que “se prendeu tem motivo”, em junho, na ocasião da prisão do ex-ministro, solto na mesma semana. A defesa do ex-chefe do MEC pediu esta semana ao STF a anulação do inquérito com a alegação de que vazamento de gravações é considerado “ilícito”.
Milton Ribeiro foi exonerado no final de março. Ribeiro entregou o cargo após o vazamento da informação sobre o escândalo do “gabinete paralelo” no MEC comandado por dois pastores evangélicos sem cargo oficial no governo. Um prefeito disse que, para passar verba do ministério aos municípios, os pastores pediam dinheiro e ouro. A decisão foi tomada em reunião com o presidente, no Palácio do Planalto, quando a carta de demissão foi apresentada.
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