MUDANÇA DA CLASSE TRABALHADORA
Esquerda errou ao não ouvir trabalhadores de app, diz ministro de Lula
Guilherme Boulos também defendeu um diálogo maior com evangélicos

Por Anderson Ramos

Recém-empossado como ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL-SP) avalia que a esquerda errou ao colocar o que quer para os trabalhadores de entrega por aplicativo.
Ele disse que uma das missões dadas a ele pelo presidente é de rodar o Brasil para conversar com movimentos sociais e constituir grupos de trabalho com trabalhadores de aplicativo e outro com pequenos empreendedores.
“A ideia é construir soluções para um setor que em geral está na informalidade e que às vezes tem um grau de resistência às políticas do governo. A classe trabalhadora mudou”, disse em entrevista ao O Globo.
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Boulos também falou sobre o projeto de lei de regulamentação do setor enviado pelo governo em 2024, mas que está emperrado no Congresso Nacional.
“Os trabalhadores querem uma garantia, mas a remuneração mínima tem um peso maior para eles. Por que as plataformas ficam com uma fatia tão relevante de cada viagem? Só pela intermediação tecnológica? Isso precisa ser regulamentado. A esquerda errou muitas vezes — e aqui não é o governo — porque sempre colocou o que quer para os trabalhadores dessas novas formas de trabalho. Poucas vezes parou para ouvir o que eles querem’’, avaliou.
Interlocução com evangélicos
Na entrevista, Guilherme Boulos disse que deseja aproximar o governo dos evangélicos e afirmou que não teria maiores dificuldades em dialogar com líderes religiosos.
Venho de um movimento social, os sem-teto, que tem pastores na coordenação e a maior parte da base social evangélica. Eles estão concentrados nas periferias e se beneficiam com políticas do governo. Muitas vezes, esse diálogo está truncado. É essencial para o futuro das ideias progressistas no Brasil destravar a conexão com milhões de evangélicos nas periferias.
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