POLÍTICA
Golpe de Estado: Wagner rejeita anistia e endurece discurso
"Vamos concentrar o peso da punição nos mandantes do crime", afirmou senador

Por Yuri Abreu

O senador Jaques Wagner (PT-BA) voltou a afirmar, nesta quinta-feira, 25, que o chamado projeto de lei (PL) da dosimetria deveria focar as maiores punições aos mandantes do crime e não àqueles que foram incentivados a ir pessoalmente às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de Janeiro, e realizar os ataques.
Para o congressista, a revisão da pena não pode beneficiar quem idealizou o atentado na capital federal há mais de dois anos. “Vamos concentrar o peso da punição nos mandantes do crime, em quem pensou em matar o presidente, o vice e o ministro do TSE, em derrubar uma eleição legítima, quem incentivou e financiou aquela baderna do 8 de Janeiro”, afirmou, em entrevista à TV Metrópoles.
Ainda conforme o senado, "quem estava no gabinete, preparando a arma pra matar alguém, arrumando dinheiro, colocando caminhão com bomba no aeroporto", não pode ter perdão nem alívio de pena.
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Reação a Paulinho da Força
Ao mesmo veículo, Jaques Wagner ironizou à declaração do relator do texto, deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), de que o texto deverá beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo STF no julgamento da trama golpista. “No caso da dosimetria para os mandantes, ele pode aumentar, em vez de 27, coloca 30 anos”, afirmou.
Por último, o petista lembrou da gravidade dos ataques às sedes do Três Poderes naquele domingo. "Depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, o STF, o que aconteceu no 8 de Janeiro não foi pouca coisa. Mas quem foi lá quebrar, pra mim, foram os ‘bobos da corte’, com diária paga, hotel, a chamada massa de manobra. Já os mandantes ficaram na arquibancada. Quem quebrou tem que pagar, mas quem mais tem que pagar são os que pensaram, engendraram e financiaram”, concluiu.
Paulinho da Força faz ameaça a texto do IR se Anistia não tiver apoio
O relator do chamado "PL da Dosimetria", Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirmou que o projeto de isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil não deve ser votado até que as discussões sobre o texto que propõe a redução de penas para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro de 2023 sejam superadas.
A fala do parlamentar aconteceu na quarta-feira, 24, após reunião com deputados do PT para falar sobre a matéria. Segundo O Globo, ele teria ouvido da bancada que não apoiará o texto que está sendo construído. Depois do encontro, petistas teriam saído da reunião, aos gritos de “sem anistia” e de “sem dosimetria”.
"Eu vou falar com [o presidente da Câmara] Hugo Motta ainda hoje para acertar o calendário da votação, mas acho que é possível votar na próxima terça-feira. Acho até que se não votar isso, não vai votar IR", declarou Paulinho.
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