Haddad vai para cima e diz que Bolsonaro "lasca o povo"

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), subiu o tom contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao afirmar que o político, apontado como 'causa' da tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros exportados, "lasca com o povo". A declaração ocorreu nesta quinta-feira, 24.

Haddad aproveitou para fazer novamente um apelo aos políticos que estão obstruindo as negociações com a Casa Branca, afirmando que a postura tem trazido prejuízos ao Brasil e benefícios apenas para a família Bolsonaro.

“Eu faço o apelo que desobstruam o caminho da negociação, vocês brasileiros que pensam que estão fazendo bem para o Brasil, vocês não estão fazendo bem para o Brasil, estão fazendo bem para uma família”, iniciou o ministro da Fazenda.

Haddad continuou o apelo e reforçou que há, na sua visão, uma atuação contra os interesses nacionais. “É imaginar que a população não vai assimilar o que está acontecendo, as pessoas vão ser informadas, eu estou aqui para informar as pessoas de que nós temos hoje no Brasil uma força contra os interesses nacionais, buscando bônus político e quanto mais o outro lado perceber essa vulnerabilidade do Brasil, mais nós vamos ter dificuldades em negociar”, disparou.

Bolsonaro nega culpa

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, na última semana, ser o pivô da decisão de Donald Trump, mesmo sendo diretamente citado na carta enderaçada pelo presidente americano ao governo brasileiro, no início do mês de julho.

“Isso é lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente. Querem colar na gente os 50%. Mentira”, afirmou Bolsonaro, que está usando tornozeleira eletrônica, na ocasião.

Entenda a tarifa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, no dia 9 de julho, a adoção da sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros exportados para o país. A medida passa a valer a partir de 1 de agosto.

Ao fazer o anúncio, Trump citou uma "caça às bruxas" a Bolsonaro. “A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional", afirmou.