VAI VOLTAR?
Ministro recomenda retorno do horário de verão; Lula decidirá
Proposta foi amadurecida durante reunião extraordinária nesta quinta-feira, 19
Por Gabriela Araújo
O Ministério de Minas e Energia, Alexandre Silveira,recomendou nesta quinta-feira, 19, o retorno do horário de verão no país. O titular da pasta entende que a medida serve para preservar o sistema elétrico da nação devido ao agravamento da seca. A decisão segue para o Palácio do Planalto e será avaliada pelo presidente Lula (PT).
A proposta foi amadurecida durante reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão que reúne os agentes do setor elétrico e que é presidido pelo ministério. O anúncio foi feito em entrevista coletiva, na sede do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), no Rio de Janeiro.
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Silveira ainda considerou como "irresponsável" o fim do horário de verão em 2019, enquanto vigorava o governo Bolsonaro (PL).
“Em 2019, por uma imensa irresponsabilidade, sem nenhuma base científica, foi suspenso esse sistema de segurança energética. Consequentemente, em 2021 estivemos à beira de um colapso, e isso custou ao povo brasileiro um empréstimo de R$ 5 bilhões", disse.
A recomendação tem o intuito de preservar o sistema elétrico durante os horários de pico. Ainda não há indicativo sobre a data de início ou duração do horário de verão.
Na oportunidade, o ministro afirmou que também já foi pautado com o petista, que pediu para que a proposição fosse elaborada tecnicamente, considerando a ciência e o planejamento. A decisão do Planalto deve ser tomada em até 10 dias, de acordo com o ministro. Caso o presidente dê aval ao projeto, um decreto presidencial instalaria a medida no país.
Silveira afirmou que o “horário de verão não é só um instrumento de planejamento nacional, mas, sim, é um instrumento de planejamento de vários países do mundo”.
“Hoje, não temos problema de geração de energia, mas temos um momento do dia, entre 18h e 21h, que temos que despachar quase na totalidade o nosso parque térmico. E isso custa mais e estressa mais o sistema. Então, temos que considerar a economia para o consumidor e a confiabilidade do sistema”, disse Silveira.
O ONS ainda calculou que a medida pode levar a uma economia de até R$ 400 milhões durante o verão com a menor necessidade de acionar térmicas. Reduziria a necessidade de despacho térmico de 2,5 GW. Também ajudaria ainda a aliviar a pressão do sistema no início da noite, quando a demanda aumenta e a fonte solar para de gerar.
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