DESDOBRAMENTOS
Minuta do golpe não avançou por "falta de amparo jurídico", diz PF
Agentes também afirmam que Bolsonaro demonstrou preocupação com a descoberta
Por Gabriela Araújo
A Polícia Federal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se mostrou “preocupado” com uma possível descoberta da minuta golpista, durante encontro na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
Além do político, o então ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e o ex-assessor do ex-presidente Marcelo Câmara, também ficariam ‘desapontados’, caso o assunto fosse posto às claras.
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Nesse sentido, quando o documento veio à tona, no dia 12 de janeiro, o ex-mandatário entrou em contato com Cid, por meio de um aplicativo de mensagens, e encaminhou links de uma reportagem sobre o assunto.
“No mesmo dia às 16h39min, o ex-Presidente JAIR BOLSONARO encaminha para MAURO CID o link de uma reportagem que diz: “PF encontra na casa de ex-ministro minuta para Bolsonaro mudar resultado da eleição”, diz um trecho do relatório da PF.
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As investigações dos agentes federais ainda afirmam que, após a informação repercutir na imprensa, Cid entrou em contato com os ex-assessores de Bolsonaro, Filipe Martins e Marcelo Câmara, que também estão envolvidos com a minuta.
“Em seguida, MAURO CID começa a trocar mensagens com MARCELO CÂMARA e FILIPE MARTINS, além do próprio ex-Presidente sobre o assunto. Às 16h42min do dia 12/01/2023, MAURO CID encaminha para MARCELO CÂMARA e FILIPE MARTINS o link de uma reportagem da Folha de São Paulo, sobre a apreensão da minuta na residência de ANDERSON TORRES”, diz outro trecho.
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As apurações da PF também confirmam que todos tinham conhecimento sobre o documento que estava sendo redigido, no intuito de dar um golpe de Estado. A minuta, contudo, não foi à frente por “não ter amparo jurídico”, conforme afirmou Marcelo Câmara, à época.
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