POLÍTICA
Moraes dispara contra Bolsonaro: “Justiça é cega, mas não é tola”
Ministro reagiu a defesa de Jair Bolsonaro sobre possível descumprimento das medidas cautelares
Por Redação

Em decisão, divulgada nesta quinta-feira, 24, sobre a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL), após o ex-presidente ter supostamente descumprido medidas cautelares, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, fez um alerta ao dizer, que a Justiça é "cega", mas não é "tola".
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"Como diversas vezes salientei na Presidência do TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, a JUSTIÇA É CEGA MAIS [sic] NÃO É TOLA!!!!!", escreveu no documento.
Entenda caso
Na segunda, na última segunda, 21, o ex-presidente visitou o Congresso Nacional, falou com a imprensa e mostrou a tornozeleira eletrônica, o que gerou conteúdo farto para as redes sociais.
A defesa de Bolsonaro foi intimada, – sob ameaça de prisão preventiva – na última segunda, 21, a esclarecer um suposto descumprimento da proibição de usar redes sociais, direta ou indiretamente – medida cautelar imposta por Moraes na última sexta, 18. O ministro usou a justificativa de:
"Em 21/7/2025, consignei que a medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, imposta a Jair Messias Bolsonaro inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão. Na mesma data, foram divulgadas diversas postagens nas redes sociais, em que o réu exibe o aparelho de monitoramento eletrônico, proferindo discurso para ser exibido nas plataformas digitais”, diz despacho publicado enquanto o ex-presidente estava na Casa Legislativa.
A defesa do ex-presidente se manifestou dentro do prazo e negou que ele tenha descumprido as medidas cautelares, alegando que ele não possui controle nas manifestações e declarações nas redes de terceiros.
Nesta quinta, em decisão sobre a prisão preventiva de Bolsonaro, Moraes disse que o ex-mandatário cometeu uma "irregularidade isolada" e, portanto, não cabe decretar prisão no momento, no entanto, alertou que uma nova violação não será tolerada.
Proibido de dar entrevista?
Bolsonaro — que é réu na ação penal que apura um planejamento de golpe de Estado — não está proibido de conceder entrevistas. Em despacho, Moraes detalhou que em sua decisão anterior, o que ficou proibido foi o uso de redes sociais, de forma direta ou por meio de terceiros.
O integrante da Corte ressaltou que discursos em eventos públicos e privados também não foram proibidos, no entanto, sinalizou que ele deve respeitar os horários estabelecidos nas medidas restritivas.
“Em momento algum Jair Messias Bolsonaro foi proibido de conceder entrevistas ou proferir discursos em eventos públicos ou privados, respeitados os horários estabelecidos nas medidas restritivas”, disse parte do documento.
Apesar das justificativas, o ministro não citou explicitamente a proibição de entrevistas para as redes sociais no documento que impôs as medidas restritivas na última semana, apenas no despacho de intimação aos advogados de Bolsonaro, enviado no dia 21 de junho, após entrevista coletiva concedida pelo ex-presidente ao sair da sede da Polícia Federal, na sexta, 18.
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