INVESTIGAÇÃO
Moraes rebate denúncia de ex-assessor e nega irregularidade
Eduardo Tagliaferro afirma que o magistrado teria fraudado relatórios para justificar uma operação contra empresários bolsonaristas em 2022

Por Redação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu as afirmações feitas por seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, de que o magistrado teria fraudado relatórios para justificar uma operação contra empresários bolsonaristas em 2022.
Tagliaferro participou de uma audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, de forma remota, na terça-feira, 2, onde reforçou a queixa contra o magistrado.
Em nota enviada à imprensa por sua assessoria, nesta quinta-feira, 4, Moraes rechaça as informações do ex-assessor. O ministro afirma que, durante as investigações referentes aos inquéritos batizados de Fake News e milícias digitais, os relatórios apenas descreviam as “postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais”.
Leia Também:
O texto explicita, ainda, que todos os procedimentos “foram oficiais” e “regulares” e ainda contaram com o conhecimento da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e nas investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República”, defende-se o ministro.
O que diz Tagliaferro
Em 23 de agosto de 2022, foi realizada uma operação contra um grupo de empresários que defendiam abertamente um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.
Tagliaferro afirma, no entanto, que o relatório que embasou a operação não foi feito antes das buscas, e sim após a ação policial, o que indicaria suposta fraude.
Entanto, diferentemente do que diz Tagliaferro, no processo consta que o relatório foi feito no dia 22 de agosto, um dia antes daquela operação contra os empresários.
“A busca e apreensão foi realizada em 23 de agosto. Porém, se os senhores observarem, os relatórios e todo o material que a mim foi passado para montar aquela farsa, são dos dias 26, 27 e 28 de agosto”, disse o ex-assessor de Moraes, em audiência no Senado.
Tagliaferro foi denunciado pela PGR em agosto deste ano pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A acusação diz respeito ao suposto vazamento, por ele, de mensagens trocadas entre servidores de Moraes no STF e no TSE, entre maio de 2023 e agosto de 2024, para a Folha de S. Paulo. Tagliaferro foi assessor de Moraes no gabinete do magistrado no TSE. Ele nega o vazamento.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes