PERFIL
Oposicionistas veem "Messias evangélico" mais alinhado ao PT
Grupo acha que Messias deve manter alinhamento próximo a pautas progressistas

Por Rodrigo Tardio

A indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF) gerou análises divergentes sobre o perfil do novo nome do presidente Lula. Articuladores da oposição avaliam que, apesar da identidade evangélica, Messias deve manter alinhamento mais próximo a pautas progressistas. As informações são de Isabel Mega da CNN.
O nome escolhido é visto pela oposição como figura de extrema confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcada por momentos de lealdade. Esta proximidade pode sobrepor-se à identidade religiosa dele nas futuras decisões na Corte.
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Messias é considerado uma figura de extrema confiança do presidente Lula, o que é um fator historicamente importante nas escolhas para o STF. A atuação como Advogado-Geral da União (AGU) e a trajetória em governos petistas, onde ganhou destaque, inclusive sendo mencionado como "Bessias" em um famoso grampo de 2016, demonstram um vínculo político e pessoal consolidado. Muitos analistas veem essa lealdade como um indicador de que ele tenderá a votar em consonância com as políticas e visões do governo.
Perfil técnico
Juristas e membros do governo também destacam o perfil técnico de Messias, servidor de carreira da AGU e com doutorado em Direito Constitucional pela UnB. Essa experiência na administração federal e na defesa judicial das políticas de governo sugere uma inclinação à defesa do Estado e de políticas públicas, o que muitas vezes se traduz em um posicionamento mais alinhado a pautas progressistas ou desenvolvimentistas no STF.
Identidade Religiosa
Embora seja evangélico (pertencente à Igreja Batista), a oposição avalia que o rigor jurídico e a prudência política de sua atuação, bem como a proximidade com o Executivo, poderão se sobrepor à sua identidade religiosa em decisões controversas na Corte. Alguns o rotulam como um "evangélico de esquerda" ou "social-democrata assumidamente religioso", sugerindo que sua religiosidade não determinará automaticamente um voto conservador em todas as matérias
Com 45 anos, Messias tem potencial para permanecer no STF até 2055, idade-limite de 75 anos, o que lhe confere uma longa influência na composição e nas decisões da Corte.
A indicação, portanto, é vista por alguns como uma escolha que equilibra a qualificação técnica com a confiança política em um nome que, apesar da fé, não é percebido como um "terrivelmente evangélico" no sentido de aderir a uma pauta puramente conservadora no tribunal.
Para assumir o cargo, Jorge Messias ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal. O processo envolve as seguintes etapas:
Sabatina na CCJ: O nome é avaliado em uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Votação na CCJ: A CCJ emite um parecer recomendando ou não a aprovação do indicado.
Votação no Plenário: O nome é submetido à votação no Plenário do Senado, onde precisa obter o voto favorável da maioria absoluta (pelo menos 41 dos 81 senadores).
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