FENAGRO
Bahia se destaca na apicultura com concurso de qualidade do mel
Produtores têm oportunidade de mostrar excelência da produção na Fenagro

Por Rodrigo Tardio

Produtores de mel do Estado da Bahia vão ter a oportunidade de mostrar a excelência da produção durante Feira Internacional da Agropecuária da Bahia 2025 (Fenagro), que vai ser realizada entre 29 de novembro e 7 de dezembro, no Parque de Exposições de Salvador.
O Concurso de Qualidade do Mel, promovido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) em parceria com o Centro Tecnológico Agropecuário da Bahia (Cetab), já se tornou tradição na valorização da apicultura e meliponicultura baiana.
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As inscrições vão ser realizadas de 29 de novembro a 4 de dezembro, no estande do centro, localizado no Pavilhão do Governo da Bahia. Para participar, os produtores devem entregar um frasco com pelo menos 250 gramas de mel. No caso do mel de abelha-sem-ferrão, a amostra precisa ser entregue refrigerada, garantindo a preservação de suas características naturais.
Participação
Cada produtor vai poder concorrer com uma amostra por categoria: mel centrifugado de Apis mellifera e mel refrigerado de abelha-sem-ferrão. A análise das amostras será conduzida pela equipe técnica, nas duas categorias, e incluirá testes físico-químicos — como pH, acidez e umidade — além de avaliações sensoriais, considerando sabor, odor, cor e aparência geral.
Os vencedores vão ser anunciados em 6 de dezembro (sábado). Os três primeiros colocados receberão certificado de premiação, vale para ensaios laboratoriais completos no Cetab, além de um kit especial. Segundo Paulo Mesquita, coordenador geral do centro, “a competição visa estimular a produção de mel de alta qualidade na Bahia, valorizar o trabalho dos apicultores e meliponicultores, e promover o consumo de produtos derivados das abelhas”.
Cetab
O Centro Tecnológico Agropecuário da Bahia (Cetab) é vinculado à Seagri e funciona como suporte técnico-científico para agricultores, associações e cooperativas. O espaço conta com oito laboratórios especializados, onde são realizadas análises de solo, água para irrigação e produtos de origem vegetal e animal.
Credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Cetab atua na classificação de produtos de origem vegetal e oferece diagnósticos de fertilidade do solo, além de recomendações de adubação específicas. Dessa forma, contribui para aumentar a produtividade e promover práticas agrícolas mais sustentáveis em todo o estado.
Produção de mel na Bahia
A produção de mel na Bahia é uma atividade de grande relevância, especialmente no âmbito da agricultura familiar, e o estado se destaca no cenário nacional e do Nordeste.
A Bahia é frequentemente citada entre os maiores estados produtores de mel do Brasil, chegando a ocupar a 4ª posição em alguns anos (como em 2023). O estado é um dos principais produtores de mel na Região Nordeste, contribuindo com uma parcela significativa da produção regional.

Entre 2010 e 2020, houve um aumento de 109% na produção de mel no estado. Em 2021, a produção baiana foi de aproximadamente 4,6 mil toneladas, embora tenha havido uma queda em relação a 2020 (que foi de 5,0 mil toneladas).
Em 2021, o mel gerou cerca de R$ 60,5 milhões no estado. Existem mais de 20 mil apicultores na Bahia, sendo a grande maioria (cerca de 99%) da agricultura familiar.
Principais regiões produtoras
A produção está bem distribuída, mas alguns Territórios de Identidade e municípios se destacam. O Semiárido Baiano é uma região de grande potencial, com mel silvestre, muitas vezes orgânico.
Campo Alegre de Lourdes e Jeremoabo foram os maiores produtores estaduais, cada um com cerca de 600 toneladas. Remanso também aparece entre os principais. Além destes, os destaques são:
- Velho Chico e Sertão São Francisco. Regiões de Bom Jesus da Lapa e Irecê (polo da Rota do Mel).
- Sul da Bahia (Costa do Descobrimento).
- Chapada Diamantina.
- Semiárido Nordeste II (onde está Ribeira do Pombal).
Características do mel baiano
O mel da Bahia, em sua maioria, é silvestre (proveniente da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica), o que garante sua diversidade de sabores, cores e texturas.
Há um crescente interesse e investimento em méis monoflorais (como os de juazeiro, quipé e catinga de cheiro) e em produtos diferenciados, como o mel orgânico e o mel de abelhas sem ferrão (meliponicultura).
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