SAÚDE
Otto propõe criar departamento no Ministério da Saúde para sequelas da Covid
Senador defende estrutura específica para atender pacientes do SUS com sintomas persistentes da doença, como insônia, depressão e problemas pulmonares
Por Rodrigo Tardio e Eduardo Dias

Em entrevista ao programa Café das Sete, da A TARDE FM, o senador Otto Alencar (PSD) defendeu a criação de um departamento específico no Ministério da Saúde que seja voltado ao atendimento de pacientes do SUS que ficaram com sequelas da Covid-19.
Segundo ele, muitas pessoas ainda desconhecem que sintomas persistentes, como tontura, arritmia, perda de memória, anosmia (perda do olfato), alterações no paladar, insônia e problemas renais e pulmonares, estão diretamente ligados à doença.
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O parlamentar destacou que as sequelas atingiram, majoritariamente, pessoas de baixa renda e idosos. “Das 740 mil mortes por Covid no Brasil, 85% eram de pessoas que ganhavam até dois salários mínimos e 73,2% tinham mais de 60 anos. Entre os sobreviventes, muitos ficaram com sequelas sem saber que são decorrentes da infecção”, afirmou.

Otto acrescentou que já apresentou a sugestão ao presidente Lula e ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e que pretende incluir recursos do orçamento para essa finalidade. “A ideia é que o departamento dê apoio, especialmente, para casos de insônia, distúrbios cognitivos, depressão e perda de humor — problemas que impactam diretamente a qualidade de vida dos pacientes”, concluiu.
CPI da Adultização de Crianças
O senador, que também assinou o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai passar a investigar o uso das redes sociais para a exploração e adultização de crianças e adolescentes, bem como a regulamentação das empresas detentoras das redes, as big techs, declarou ser favorável à investigação e que a medida contra as plataformas digitais seja produtiva.
"Nós já aprovamos no Senado uma lei do senador Alessandro Vieira que versa nesse sentido de regulamentação, mas que lamentavelmente está parada na Câmara dos Deputados e não foi aprovada ainda, como outras tantas que já defendi e aprovei no Senado. Essa questão da exploração infantil nas redes, estou apoioando a CPI, ainda mais depois do vídeo do youtuber lá com a denúncia. Sou favorável, até porque, ao longo dos anos, já participei de muitas CPIs e todas muito produtivas", destacou.
Taxação dos EUA
Em relação ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump aos produtos de exportação brasileira, Otto avaliou o impacto causado no Brasil pela medida norte-americana, oriunda de articulação política do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
"De tempo em tempo no Brasil surge um antipatriota, um lesa pátria. Agora é o Eduardo Bolsonaro e seus seguidores. Uma pessoa nascida no Brasil que vai para outro país estimular um presidente a fazer taxação de 50% contra seu país e querendo que o Brasil se ajoelhe, querendo fazer com que haja interferência na Suprema Corte brasileira. Será que o presidente Lula poderia interferir na Suprema Corte americana? Não. Eles não aceitariam, bem como não podem interferir no nosso Poder Judiciário, que até onde eu sei não vai se dobrar, como nunca se dobrou", disse Otto, destacando o impacto nos números da economia brasileira.

"Estávamos uma previsão de fechar esse ano o orçamento da União com défict 0. Agora com essa medida provisória de R$ 30 bilhões para socorrer àqueles segmentos que terão maior prejuízo, que foi uma decisão correta do presidente Lula....É uma interferência indevida do presidente dos EUA", pontuou Otto.
Rumos do PSD
Otto reafirmou a posição de seu partido na Bahia visando as eleições de 2026, destacando a coerência política junto ao grupo do governador Jerônimo Rodrigues e do presidente Lula.
"Aqui na Bahia o PSD vai caminhar pela reeleição do presidente Lula, essa é a nossa proposta. Ele sendo canditado, o PSD vai caminhar com ele. Eu defendo o projeto do presidente e a causa dele. O presidente Kassab já nos liberou e vamos manter nossa posição, independente de possíveis candidaturas de Ratinho Jr. ou Tarcísio de Freitas", disse Otto.
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