POLÍTICA
PGR pede condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe
Documento final enviado ao STF inclui mais sete réus, entre eles ex-ministros e militares
Por Redação

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por organizar uma tentativa de golpe de Estado nesta segunda-feira, 14.
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O documento, com alegações finais na ação penal contra o "núcleo 1" da trama golpista, que inclui os líderes do esquema, foi encaminhado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Bolsonaro, devem ser condenados os ex-ministros Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Anderson Torres, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid; e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.
Gonet citou o papel exercido por Bolsonaro na tentativa de ruptura democrática, em atos que tiveram início em 2021 e culminaram nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Ele, no entanto, não estimou o cálculo das penas.
Ontem, foi o último dia do prazo para a entrega do documento ao STF.
Fases após pedido de condenação
O processo deve seguir uma sequência definida a partir da entrega das alegações finais. Primeiro, o documento será encaminhado ao relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes. Em seguida, o relator vai analisar o pedido: ele pode negá-lo de forma monocrática, determinar diretamente a prisão ou levar a solicitação para julgamento colegiado, seja na Turma ou no Plenário da Corte.
Caso avance e vá a julgamento, o colegiado avaliará se há requisitos para a prisão preventiva ou se o caso configura flagrante de crime inafiançável, o que permitiria a prisão sem necessidade de autorização prévia.
Na etapa final, o STF decide se decreta a prisão, aplica medidas cautelares alternativas (como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato entre os envolvidos ou suspensão do mandato) ou simplesmente rejeita o pedido da PGR.
Bolsonaro lidera plano golpista
Jair Bolsonaro foi apontando com principal articulador do plano golpista, que também incluía o assassinato do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Conforme o documento produzido pela Polícia Federal, o político “planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva" na trama.
A PF ainda aponta o ex-mandatário como o “líder” do grupo que pretendia realizar os atos na tentativa de abolir o Estado democrático de direito, "fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à vontade de Bolsonaro", segundo o documento.
Somadas, as penas previstas em lei podem ultrapassar 40 anos de prisão, em regime inicial fechado. Contudo, há atenuantes ou agravantes que podem ser levadas em conta.
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