POLÍTICA
Retorno milionário: Ponte Itaparica deve gerar 4 vezes o investimento
Projeções indicam que a obra entregará à economia baiana um retorno quatro vezes maior que o investimento público
Por Flávia Requião

O investimento público na Ponte Salvador–Itaparica mais que dobrou após o novo contrato assinado entre o governo baiano e a concessionária responsável pela obra. O aporte do Estado passou de R$ 1,5 bilhão para R$ 3,7 bilhões. Apesar do aumento expressivo, a expectativa é de que o retorno econômico e social compense amplamente o valor.
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Segundo antecipou Cláudio Villas Boas, CEO da concessionária, em entrevista exclusiva ao Jornal A TARDE, estudos realizados tanto pelo governo quanto pela empresa apontam que o sistema viário terá um impacto econômico superior a quatro vezes o investimento.
“Todos os estudos, tanto feitos pelo Estado como pela concessionária, demonstram que os investimentos nesse sistema viário têm um poder de retorno para a sociedade de mais de quatro vezes”, detalhou.
O CEO explicou que o aumento do aporte foi necessário para adequar o projeto às condições econômicas atuais. Ele ainda enfatizou que a ponte faz parte de um plano de desenvolvimento mais amplo, com potencial de transformar a economia baiana.
“Sim, houve a necessidade de aumentar o investimento para viabilizar o projeto nesse novo cenário macroeconômico. Mas, como é um projeto de desenvolvimento econômico, e não simplesmente de uma conexão da ilha com a região metropolitana, trará retornos de curto, médio e longo prazo que vão transformar a Bahia. Esses R$ 3,7 bilhões serão a contrapartida do Estado”, afirmou Villas Boas.
O novo contrato de parceria público-privada (PPP) entre o governo estadual e a concessionária — formada por duas grandes empresas chinesas — foi assinado em junho deste ano, marcando o reinício formal do projeto. O investimento total previsto é de R$ 10,6 bilhões, com início das obras programado para 2026.
“Há inclusive interesse contratual em antecipar a entrega, prevista para 2031, porque só começamos a gerar receita com a cobrança do pedágio”, explica Vilas Boas.
Além do impacto econômico, o executivo destaca a complexidade técnica da obra, a retomada do diálogo com comunidades tradicionais e o processo de mediação conduzido pelo TCE, que reequilibrou o contrato após os efeitos da pandemia.
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