POLÍTICA
STF julga Núcleo 4 da trama golpista; entenda como vai funcionar
Sete réus, entre militares e um agente da PF, respondem por tentativa de golpe de Estado

Por Flávia Requião

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira, 14, o julgamento do chamado Núcleo 4 da suposta trama golpista. Ao todo, sete réus acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de tentativa de golpe de Estado serão analisados na ação penal.
A Primeira Turma da Corte é composta por cinco ministros: Flávio Dino (presidente), Alexandre de Moraes (relator), Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux.
Leia Também:
O julgamento será presencial e serão realizadas sessões em quatro datas:
- 14 e 21 de outubro: sessões pela manhã, das 9h às 12h, e à tarde, das 14h às 19h.
- 15 e 22 de outubro: sessões apenas pela manhã, das 9h às 12h.
Sustentações
Veja quem são os réus:
- Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército;
- Ângelo Denicoli, major da reserva do Exército;
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal;
- Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército;
- Guilherme Almeida, tenente-coronel do Exército;
- Marcelo Bormevet, agente da Polícia Federal;
- Reginaldo Abreu, coronel do Exército.
Segundo a denúncia detalhada pelo STF, o grupo teria espalhado notícias falsas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e é acusado de atacar instituições e autoridades. Todos respondem pelos seguintes crimes:
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Tentativa de golpe de Estado
- Participação em organização criminosa armada
- Dano qualificado
- Deterioração de patrimônio tombado
Como será o julgamento
- A sessão será aberta pelo presidente da Primeira Turma,Flávio Dino.
- Em seguida, o relator Alexandre de Moraes apresentará o relatório do caso, sem tempo limite para leitura.
- O representante da PGR fará a acusação contra os réus, com até uma hora de fala.
- As defesas dos réus também terão uma hora cada para apresentar seus argumentos.
- A ordem das defesas seguirá o critério alfabético dos réus.
- Após as sustentações, Moraes lerá seu voto, indicando condenação ou absolvição.
- Os demais ministros votarão na sequência, do mais novo ao mais antigo, e o presidente encerra.
- Não há limite de tempo para os votos dos ministros.
Pedido de vista
Durante a votação, qualquer ministro pode pedir vista do processo — ou seja, solicitar mais tempo para análise. Nesse caso, o julgamento é suspenso por até 90 dias.
Se isso acontecer, o caso só volta à pauta depois que o ministro devolver o processo para a Turma. No entanto, a chance de um pedido de vista é pequena, já que nem mesmo no julgamento mais polêmico, que envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), houve essa solicitação.
O Núcleo 4 é o segundo grupo a ser julgado no âmbito da Ação Penal 2694. O julgamento do Núcleo 1 foi concluído em 11 de setembro, com a condenação de todos os oito réus, incluindo Bolsonaro. Já o julgamento do Núcleo 3, formado por dez réus, terá início em 11 de novembro e deve se estender até 19 do mesmo mês.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes