POLÍTICA
Tarifaço entra em vigor: entenda o que muda com medida dos EUA
Veja a lista de produtos que serão tarifados Veja a lista de produtos que serão tarifados pela Casa Branca
Por Cássio Moreira

O 'tarifaço' dos Estados Unidos contra o Brasil entrou oficialmente em vigor nesta quarta-feira, 6. A medida da Casa Branca, iniciativa do presidente Donald Trump, prevê uma sobretaxa de até 50% para produtos brasileiros exportados para o país.
Anunciada no dia 9 de julho, tendo como justificativa uma suposta perseguição do Judiciário ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a taxa foi oficiliazada no dia 30 do mesmo mês, mas adiada para começar nesta quarta, 6 (a expectativa é que tivesse início no primeiro dia de agosto).
"Recentemente, membros do Governo do Brasil tomaram medidas sem precedentes que prejudicam e ameaçam a economia dos Estados Unidos, conflitam e ameaçam a política dos Estados Unidos de promover a liberdade de expressão e eleições livres e justas no país e no exterior, e violam direitos humanos fundamentais. De fato, certas autoridades brasileiras emitiram ordens para obrigar plataformas online dos Estados Unidos a censurar contas ou conteúdo de cidadãos americanos, quando tais contas ou conteúdo forem protegidos pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos nos Estados Unido", afirmou a Casa Branca, no comunicado emitido no dia 30 de julho.
O que muda com o tarifaço?
A imposição do tarifaço traz mais 40% de tarifas sobre a taxa de 10%, já anunciada pela Casa Branca em abril deste ano. A expectativa é de que a sobretaxa consiga atingir até 35,9% das mercadorias brasileiras enviadas para os EUA.
Serão tarifados apenas os produtos que embarcaram para os Estados Unidos a partir de 1h, levando em consideração o horário de verão da Costa Leste do país, uma hora atrás de Brasília.
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As cargas enviadas para até sete dias após o comunicado oficial (30 de julho) também não serão tarifas, desde que entrem nos Estados Unidos até o dia 5 de outubro.
Itens que estão no tarifaço
Ao todo, cerca de 694 itens foram retirados da lista de produtos que serão tarifados. O grupo engloba importantes mercadorias, como café, carne bovina, ferro e petróleo.
Foram retirados da sobretaxa adicional os seguintes insumos:
- Castanha-do-Brasil
- Artigos de aeronaves civis não militares
- Gases naturais, propano, butano, etileno, propileno, butileno, butadieno
- Alumínio, silício, óxido de alumínio, potassa cáustica
- Produtos químicos, fertilizantes, cera, resíduos petrolíferos
- Madeira, cortiça aglomerada, polpa química de madeira, polpa de algodão, polpa de fibras vegetais, celulose
- Tipos de pedras, fibras, crocidolita, amianto, misturas de fricção
- Prata e ouro, na forma de lingote ou dore
- Ferro-gusa, ligas de ferro, ferronióbio, e outros produtos primários de ferro e aço
- Fertilizantes minerais e químicos variados
- Prata e ouro (lingote ou dore)
- Minério de ferro, aglomerado e não aglomerado
- Sucos de laranja congelados e não congelados
Itens que serão tarifados:
- Laranja;
- Petróleo;
- Metal;
- Café;
- Ferro;
- Soja;
- Celulose
Alckmin na articulação
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tem atuado na linha de frente das negociações com os Estados Unidos, além de elaborar alternativas para mitigar o impacto da medida para os setores diretamente atingidos.
"A orientação do presidente Lula tem sido de negociação, diálogo, e nós vamos trabalhar para reverter esse processo e, além disso, apoiar as empresas, apoiar o emprego e apoiar o setor produtivo, e abrir mercado", afirmou Alckmin, na terça, 5, ao falar sobre a atuação do Planalto.
"Inúmeras reuniões ocorreram, foram excluídas (da sobretaxa) 45% das nossas exportações, 694 itens, e 20%, quase isso, 19,5% na Seção 232 (que permite que o presidente dos Estados Unidos imponham tarifas ou outras restrições comerciais a produtos importados). Portanto, a tarifa é igual para nós e o restante do mundo. Mas ficaram mais de 35% nessa injustificada tarifa de 10, mais 40%", detalhou Alckmin.
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