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Trump ameaça desfazer acordo com Argentina caso Milei perca eleições
"Nossos acordos estão sujeitos a quem vencer a eleição", afirmou presidente dos EUA

Por Anderson Ramos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou interromper o acordo com a Argentina caso o mandatário andino, Javier Milei, não consiga a maioria nas eleições legislativas do próximo dia 26 de outubro. Os dois líderes se encontraram nesta terça-feira, 14, na Casa Branca.
Na semana passada, Washington concordou em conceder à Buenos Aires uma ajuda financeira de US$ 20 bilhões. O republicano destacou a intenção de apoiar o aliado argentino, afirmando que deseja ver o país andino prosperar. No entanto, ele alertou que o aporte depende do resultado nas urnas.
"Estamos aqui para dar a você o apoio que precisa para as próximas eleições. Se a Argentina for bem, outros países seguirão [seu exemplo]. Se ele perder, não seremos generosos com a Argentina. Nossos acordos estão sujeitos a quem vencer a eleição. Porque com um socialista, fazer investimentos é muito diferente", disse Trump.
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O desafio do chefe de Estado argentino é conseguir conquistar, pelo menos, um terço da Câmara. Assim, Milei conseguiria impedir que seus vetos presidenciais sejam derrubados, como aconteceu várias vezes nos últimos meses, e, mais importante ainda, avançar com reformas prometidas pelo presidente, entre elas as trabalhista e tributária.
Sob pressão de escândalos de corrupção e da desconfiança dos mercados, o governo do presidente argentino tem sofrido impasses nos últimos meses. Em setembro, por exemplo, as eleições legislativas de Buenos Aires, a província mais populosa e politicamente influente da Argentina, acabaram em uma ampla vitória dos opositores peronistas.
O resultado ligou o alerta para as eleições deste mês, indicando que a oposição pode ganhar mais espaço no Congresso e complicar a agenda do governo Milei na segunda metade do mandato.
Citação ao Brasil
Na reunião com Javier Milei, Donald Trump, citou a conversa que teve com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva nas Nações Unidas.
Ao ser questionado por jornalistas sobre o motivo de apoiar a Argentina, Trump afirmou que os Estados Unidos não precisam ajudar países da região, mas que decidiu fazê-lo por considerar importante para o continente.
Em seguida, Trump disse que países sul-americanos estão se aproximando dos Estados Unidos e citou o Brasil como exemplo. "E o Brasil, tive uma conversa muito boa com o presidente. Eu o encontrei nas Nações Unidas antes de subir para discursar", afirmou.
Trump também criticou o grupo dos BRICS, formado por países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O presidente norte-americano afirmou que o bloco representa uma tentativa de enfraquecer o domínio do dólar no comércio global.
"Estão todos saindo dos BRICS. Era um ataque ao dólar. Eu disse: ‘querem jogar esse jogo? Vamos colocar tarifas sobre todos os produtos que entrarem nos Estados Unidos’. Eles disseram: ‘estamos fora dos BRICS’. E agora ninguém mais fala disso", afirmou.
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