SALVADOR
Estacionamento gratuito? Relembre início da cobrança em shoppings de Salvador
Proposta reacende debate iniciado em 2015, quando a cobrança foi autorizada na capital

Por Victoria Isabel

A possível volta do estacionamento gratuito nos shoppings de Salvador animou os consumidores. A proposta prevê isenção para quem apresentar comprovante de compra igual ou superior a cinco vezes o valor da tarifa, atualmente entre R$ 9 e R$ 14.
Implementada na capital baiana em 2015, a decisão provocou debates entre os empresários do setor, que temiam uma redução no fluxo de consumidores, e gerou insatisfação entre os clientes com o fim da gratuidade. [Confira abaixo matérias da época publicadas no Jornal A TARDE]
Projeto de Lei
O projeto de lei, de autoria do vereador Randerson Leal (Podemos), tramita na Câmara Municipal e busca aliviar os gastos dos soteropolitanos e estimular o comércio local. “Vamos voltar a trabalhar esse projeto com força total... para construirmos juntos uma solução justa para Salvador”, afirmou Leal.
Segundo o vereador, a medida pretende equilibrar a relação entre clientes e shoppings. “O consumidor que vai ao shopping e gasta seu dinheiro ali dentro não deveria ser penalizado com uma tarifa abusiva de estacionamento”, destacou.
Relembre como a cobrança começou
A cobrança pelo uso dos estacionamentos dos shoppings passou a ser autorizada em Salvador no ano de 2015, após a assinatura de um Termo de Acordo e Compromisso (TAC) entre a prefeitura e os estabelecimentos, no dia 18 de junho.
No dia 19, o Jornal A TARDE publicou o anúncio da novidade. Na época da cobrança, os shoppings concordaram com alguns termos. Entre o pacote de compensações, avaliado em aproximadamente R$ 108 milhões estava:
- Instalação de semáforos inteligentes em diversos corredores da cidade;
- Implantação de um centro de monitoramento;
- Vigilância eletrônica;
- Reforço na segurança dos estabelecimentos para proteger os clientes.

A tarifa passou a ser paga a partir do dia 22 de junho, com oito shoppings centers autorizado a fazer a cobrança, são eles: da Bahia, Salvador, Salvador Norte, Bela Vista, Paralela, Barra, Lapa e Piedade.
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Queda nas vendas
Na época, donos de shopping centers de Salvador esperavam uma queda de 10% a 15% no fluxo de clientes nos centros comerciais.
Em uma entrevistaao A TARDE, o presidente regional da Associação Brasileira dos Shopping Centers (Abrasce), Edson Piaggio, afirmou que a expectativa dos empresários quanto à redução no número de clientes tinha como referência a experiência de outras capitais brasileiras, como Aracaju (SE).
Edson Piaggio explicou que acredita que a queda estenderia depois de dois meses. "Haverá, realmente, uma queda no número de veículos e de pessoas, além da redução do volume de negócios, mas isso volta ao normal logo", disse.

O que pensavam os clientes
No domingo, 21 de junho, último dia de gratuidade no Shopping da Bahia, vários clientes ouvidos por A TARDE afirmaram que vão privilegiar o comércio nos bairros e salas de cinema fora de shopping.
"Acho que virei menos ao shopping e buscarei soluções alternativas", declarou o chaveiro Edízio do Carmo, 37. Ele se diz a favor da cobrança, mas pondera quanto à forma como será feita.
"Não deviam cobrar de quem comprovasse que consumiu. Mas usar o estacionamento como garagem e ir trabalhar, eu desaprovo também", defendeu.
O estudante de contabilidade Alex Oliveira, 36, acredita que deveria haver isenção para quem consumisse um valor predeterminado. "Não é justo eu ir ao cinema, gastar R$ 50 e ainda pagar estacionamento", reclamou. Ele também desaprovou o uso abusivo dos estacionamentos por não clientes.
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