SALVADOR
Outubro histórico: Salvador registra chuvas recorde
O maior registro ocorreu na estação da Boca da Mata, que contabilizou 300,4 milímetros de chuva

Por Andrêzza Moura

O último mês de outubro entrou para a história de Salvador como o mais chuvoso já registrado, com volumes que chegaram a quase três vezes a média climatológica em algumas regiões da cidade. O maior registro ocorreu na estação da Boca da Mata, que contabilizou 300,4 milímetros de chuva, aproximadamente 230% acima da média histórica do período, representando o maior acumulado para o mês na série histórica da capital baiana.
Segundo dados do Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme da Defesa Civil de Salvador (Cemadec/Codesal), os segundos e terceiros maiores registros históricos de chuva em outubro ocorreram nas estações de Ondina (296,9 mm, em 1990) e 272,3 mm (em 1986), consideradas referências para médias climatológicas.
Neste ano, a estação de Ondina registrou 128,0 mm de precipitação, 41% acima da média histórica de 91,0 mm, indicando chuvas acima do esperado, embora em patamar moderado comparado a outras regiões da cidade.
Outras localidades apresentaram volumes ainda mais expressivos, como Nova Brasília (290,6 mm), Fazenda Grande do Retiro (285,0 mm) e São Cristóvão (282,8 mm), ultrapassando com larga margem a média histórica de outubro.
Os números reforçam o comportamento irregular das chuvas em Salvador, onde episódios localizados de alta intensidade têm se tornado mais frequentes nos últimos anos, exigindo atenção constante às políticas de prevenção e adaptação climática implementadas pelo município, alerta o Cemadec.
Balanço dos dias chuvosos
Entre os dias 20 e 22 de outubro, Salvador enfrentou três dias consecutivos de chuvas intensas, acumulando volumes expressivos e gerando alerta em toda a cidade. No bairro Boca da Mata, o acumulado chegou a 255 mm - quase três vezes a média mensal esperada.
Durante esse período, a Defesa Civil registrou 181 ocorrências até a noite de 22 de outubro, incluindo 46 ameaças de desabamento, 20 deslizamentos de terra, 21 árvores prestes a cair, 15 casos de infiltração, 9 desabamentos parciais de muro, 5 destelhamentos, além de um rompimento de pista e um poste com risco de queda. Os bairros mais afetados foram Liberdade (25 ocorrências), Pau da Lima (23), Cabula/Tancredo Neves (23), Cajazeiras (19) e Subúrbio/Ilhas (18).
Os maiores volumes acumulados nas últimas 72 horas ficaram em Boca da Mata (209,6 mm), Nova Brasília (196,2 mm), Cajazeiras VII/Mangabeira (180,6 mm), Águas Claras (173,8 mm) e Cajazeiras VIII (165,8 mm).
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Segundo o Climatempo, a previsão indicava melhora a partir de quinta-feira, 23, com céu ainda nublado e chances de chuva de 90%, mas a expectativa para o final de semana era de sol e diminuição das precipitações, permitindo que a população pudesse aproveitar atividades ao ar livre e praias da cidade.
O episódio reforça a necessidade de atenção contínua às políticas de prevenção de desastres e à adaptação climática, especialmente diante do aumento de chuvas localizadas e de alta intensidade em Salvador nos últimos anos.
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