SALVADOR
Secura? Aqui não: Clima privilegiado deixa Salvador imune à catástrofe
Enquanto resto do país vive tragédia climática, vida em Salvador segue naturalmente
Por Gabriel Moura
Claudia Leitte já diagnosticou que a ausência de vulcões e terremotos garante paz, Carnaval e futebol para os Brasileiros. Caso a carioca decidisse restringir ainda mais o território de análise, avaliando a cidade onde morou a maior parte da vida, poderia recomendar atividades ainda mais radicais que uma ida à garupa de sua moto, argumentando que Salvador possui imunidade ainda maior contra tragédias naturais, especialmente climáticas.
Esse cenário ficou ainda mais claro neste início de setembro de 2024, período em que o Brasil vive aquela que é considerada a maior seca de sua história. Mais de 1.500 cidades do país está enfrentando uma estiagem capaz de provocar uma umidade menor que a registrada no deserto do Saara, abaixo dos 20%. Enquanto isso, Salvador provém a seus habitantes deliciosos 70%.
Para completar, as queimadas e consequente fumaça que ensombrou a maior parte do Brasil também passaram longe do litoral baiano.
Leia mais:
>> Temperaturas devem diminuir a partir de segunda em todo o Brasil
>> ONS aprova ações preventivas para garantir oferta de energia no país
Em entrevista ao Portal A TARDE, a meteorologista Cláudia Valéria explica que o clima de Salvador transforma a cidade em um local praticamente imune às intempéries observadas em 99% do Brasil.
"Somos beneficiados pela termo regulação promovida pelo oceano, que nos traz umidade e evita que as temperaturas subam muito", conta.
Por isso, a península onde Salvador está inserida nunca observou umidade inferior a 30%, quando formam as condições ideais para as queimadas se alastrarem. "Aqui pode até ocorrer incêndios pontuais no verão, nossa estação mais seca, mas eles não atingem grandes proporções", pontua Cláudia.
A equivalência aos climas desérticos só ocorre quando um local passa mais de 30 dias sem receber uma gota de chuva, cenário que não é observado na capital baiana.
Já a temperatura soteropolitana raramente passa de 35ºC também por ser uma cidade litorânea, mas não apenas. O Rio de Janeiro, por exemplo, possui um relevo acidentado que cria uma espécie de sauna que supera os 40ºC.
Para completar, mesmo quando as queimadas ocorrem no interior, a fumaça não atinge Salvador. O vento do litoral ocorre, geralmente, no sentido leste-sudoeste, criando uma barreira que dificulta a chegada do ar tóxico.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes