EMBATE!
Semob rebate críticas da PM sobre suspensão do transporte em Salvador
A Secretaria lamentou as falas do coronel e justificou as decisões como medidas necessárias para preservar vidas e garantir o serviço
Por Luan Julião
A suspensão do transporte público em três localidades de Salvador, nesta quinta-feira, 23, devido a episódios de violência gerou um embate público entre o comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, coronel Paulo Coutinho, e a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob).
Em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia, o coronel Paulo Coutinho fez críticas diretas ao protocolo adotado pela Semob em situações de violência, argumentando que as interrupções no serviço prejudicam a população e não consideram o reforço policial disponível nas áreas afetadas.
"Tem segmentos que contribuem muito, e outros que não. Um deles, que não contribui para essa sensação de segurança, é essa secretaria (Semob). Ela atua de uma forma que me permite dizer: não é sempre da melhor maneira. Quando o sindicato dos rodoviários diz que estamos com a Polícia Militar presente e existe suspensão por parte da Semob, isso é feito em tratativa constante através dos comandos regionais, com a direção. Mas, infelizmente, eles (Semob) têm feito disso um procedimento quase que padrão. Houve um ato de oposição e intervenção policial. Não interessa que exista uma viatura dando segurança. Eles primeiro suspendem, para depois de dois, três dias, voltar. A comunidade é prejudicada"
A Semob, por sua vez, divulgou uma nota lamentando as declarações do coronel e justificou as decisões como medidas necessárias para preservar vidas e garantir a manutenção do serviço a longo prazo.
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"A Secretaria de Mobilidade (Semob) lamenta a fala do comandante geral da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho, durante entrevista para uma emissora de rádio na última quinta-feira, 23, sobre a atuação da pasta em regiões afetadas por casos de violência e ameaças ao pleno funcionamento do transporte público. A Semob ressalta que que qualquer suspensão de atendimento por conta de episódio de violência ou atentado ao transporte público ocorre com o objetivo de preservar a vida dos operadores, passageiros e a manutenção do serviço posteriormente na região afetada", diz o texto da secretaria.
O titular da Semob, Fabrizzio Muller, foi enfático ao afirmar que a retomada do transporte nas localidades só ocorre mediante garantias concretas de segurança.
"E não basta a presença da polícia na entrada do bairro. Afinal em dois anos, 14 ônibus foram perdidos por ações criminosas. Não sei se o Coronel Coutinho sabe, mas quando um dos ônibus elétricos operados pelo Governo da Bahia foi queimado, o serviço foi suspenso na Avenida Suburbana pela própria gestão estadual durante uma semana", declarou.
"Em muitos desses episódios, os coletivos são atacados de diversas formas, seja com a queima de ônibus ou com atos de vandalismo que impedem a circulação dos ônibus. A pasta reforça que com menos coletivos por conta desses fatos anteriormente citados, a população é prejudicada com aumento no tempo de espera nos pontos, já que, por consequência, com menos veículos, são realizadas menos viagens", completou.
A secretaria ainda destacou que, além de proteger passageiros e operadores, a suspensão evita o agravamento da situação, como a perda de veículos ou a redução do número de viagens, o que poderia impactar ainda mais a população. "Por fim, a Semob reitera o compromisso com a segurança de todos os usuários e conta com o apoio das autoridades de segurança pública a fim de garantir a ordem nas localidades para que o sistema de transporte coletivo por ônibus funcione de forma plena em toda a cidade.", conclui a nota.
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