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SAÚDE

Alerta! Esses alimentos que você come todos os dias podem te matar

Até 14% das mortes precoces podem estar relacionadas a esse tipo de produto

Por Isabela Cardoso

15/08/2025 - 17:55 h
Alimentos ultraporcessados aumentam risco de morte precoce
Alimentos ultraporcessados aumentam risco de morte precoce -

Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou um dado preocupante: a cada 10% de aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, o risco de morte prematura sobe 3%.

A pesquisa, publicada na American Journal of Preventive Medicine, analisou dados de oito países e mostrou que até 14% das mortes precoces podem estar relacionadas a esse tipo de produto.

Segundo o principal autor do estudo, Eduardo Fernandes Nilson, pesquisador da Fiocruz e do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP, o impacto vai além do excesso de sódio, gorduras saturadas e açúcar.

“Os ultraprocessados impactam a saúde para além do alto conteúdo de nutrientes críticos, devido às alterações provocadas pelo processamento industrial e ao uso de aditivos cosméticos como corantes, aromatizantes e emulsificantes. Avaliar as mortes por todas as causas associadas ao consumo de ultraprocessados permite estimar o impacto geral do processamento industrial na saúde", disse.

O que são alimentos ultraprocessados e por que fazem mal

Os ultraprocessados são formulações industriais prontas para consumo ou de rápido preparo, compostas por ingredientes extraídos de alimentos ou sintetizados em laboratório, com pouco ou nenhum alimento integral.

Ricos em sódio, gorduras e açúcar, esses produtos passam por processos que alteram sua matriz alimentar, prejudicam a absorção de nutrientes e afetam a saciedade. Além disso, contêm aditivos ligados a riscos químicos e metabólicos.

Nilson alerta que o consumo elevado está associado a 32 doenças, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas digestivos, alguns tipos de câncer e até distúrbios de saúde mental, como depressão.

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Saiba quais são esses alimentos

Ricos em sódio, gorduras e açúcar, os ultraprocessados incluem:

  • Refrigerantes,
  • Biscoitos recheados,
  • Embutidos,
  • Macarrão instantâneo,
  • Salgadinhos de pacote;
  • Cereais matinais açucarados,
  • Barras de cereais,
  • Sorvetes;
  • Refeições congeladas prontas.
Imagem ilustrativa da imagem Alerta! Esses alimentos que você come todos os dias podem te matar
| Foto: Freepik

Impacto no Brasil e no mundo

O estudo é o primeiro a estimar o impacto do consumo de ultraprocessados nas mortes prematuras por todas as causas em múltiplos países. Diferentemente de análises anteriores, que focavam em nutrientes isolados, a pesquisa considerou o grau e propósito do processamento industrial dos alimentos para associar padrões alimentares à mortalidade.

Foram avaliados dados de Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, México, Reino Unido e Estados Unidos. A participação desses produtos na dieta variou de 15% das calorias diárias na Colômbia a mais de 55% nos EUA e Reino Unido.

“Estimamos uma associação linear: a cada aumento de 10% na participação de ultraprocessados na dieta, o risco de morte por todas as causas cresce em 3%. Em 2018, por exemplo, 124 mil mortes prematuras nos EUA foram atribuíveis ao consumo de ultraprocessados”, explica Nilson.

Mesmo em países com menor consumo, a mortalidade atribuível já chega a 4%. Nos de maior consumo, esse índice se aproxima de 14%. Embora o consumo esteja estável em nações ricas, ele cresce rapidamente em países de renda média e baixa, o que preocupa especialistas.

Caminhos para reverter o quadro

Para os pesquisadores, o enfrentamento do consumo de ultraprocessados deve ser uma prioridade global em saúde pública. São necessárias ações que envolvam rotulagem frontal de advertência, restrição de vendas em escolas, regulação da publicidade e tributação seletiva. Estas já prevista no Brasil para bebidas adoçadas, cigarros e álcool.

O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda que a base da dieta seja composta por alimentos frescos e minimamente processados. Nilson reforça que essa mudança depende de políticas que facilitem escolhas saudáveis e baratas.

“São necessárias políticas globais urgentes para desestimular o consumo de ultraprocessados e promover padrões alimentares tradicionais baseados em alimentos frescos e minimamente processados.”

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Tags:

alimentação alimentos ultraprocessados Saúde

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