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JANEIRO BRANCO

Apoio psicológico ameniza sofrimento de pacientes na luta contra o câncer

"Se você cuida da mente, apenas 50%, já é o tratamento", diz a baiana Ednalva Borges

Por Isabela Cardoso

30/01/2025 - 8:00 h
Ednalva Borges de Souza, de 59 anos
Ednalva Borges de Souza, de 59 anos -

A campanha Janeiro Branco, dedicada à conscientização sobre a saúde mental, destaca a importância de cuidar da mente, especialmente em momentos de grandes adversidades. Para pacientes com câncer, os desafios não são apenas físicos, mas também emocionais.

O câncer pode causar grande impacto emocional, desde o diagnóstico até os tratamentos agressivos. Segundo os especialistas, o apoio psicológico ajuda a reduzir o sofrimento, promovendo uma melhor qualidade de vida, aliviando o estresse e a ansiedade, além de fortalecer a resiliência do paciente.

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A baiana Ednalva Borges de Souza, de 59 anos, é um exemplo de resistência diante de um longo histórico de batalhas contra o câncer. Seu primeiro diagnóstico, em 2001, aos 35 anos, revelou um câncer na mama esquerda. A partir de então, sua vida foi marcada por uma série de desafios, incluindo a aposentadoria precoce em 2002.

Durante seu tratamento de quimioterapia no Hospital Aristides Maltez, em Salvador, ela se tornou voluntária em um grupo de apoio, oferecendo suporte a outros pacientes que enfrentavam a mesma luta. Em 2009, Ednalva recebeu a notícia de que um segundo nódulo havia se formado na mesma mama, o que a levou a iniciar novamente o tratamento com quimioterapia e radioterapia na Clínica AMO.

“Eu fazia acompanhamento individual, mas agora faço em grupo na Clínica AMO, porque achei que eu ficaria bem onde eu estou. É uma coisa bem difícil quando você está com câncer, você fica meia perdida, ou você quer viver ou você desiste. Eu optei por viver, tenho muita fé em Deus e quis cuidar de mim. Se você cuida da mente, apenas 50% é o tratamento, o cuidado mental é fundamental. E nesse grupo, a gente tenta ajudar umas as outras, eu me fortaleço com isso”, destacou a aposentada, em entrevista ao Portal A TARDE.

O câncer continuou a fazer parte da vida de Ednalva, com novos diagnósticos que surgiram ao longo dos anos. Em 2011, apareceu um câncer de tireoide, que exigiu cirurgia e mais tratamentos. Cinco anos depois, em 2016, o segundo nódulo de mama evoluiu para metástase óssea no esterno, o que exigiu três cirurgias, além de radioterapia, quimioterapia e um regime de medicamentos por cinco anos.

Imagem ilustrativa da imagem Apoio psicológico ameniza sofrimento de pacientes na luta contra o câncer
| Foto: Arquivo Pessoal

Apesar das adversidades, Ednalva continuou sua jornada de luta, sendo um exemplo de coragem para muitos. Em 2023, ela iniciou um novo protocolo de tratamento, com infusões a cada 21 dias, demonstrando que sua determinação segue firme.

“Desde o começo eu tive uma força de vontade muito grande de viver, existir, porque o tratamento é muito ruim. Você fica frágil, parece que o mundo vai acabar, principalmente quando você está ficando boa e aparece outros. Então você tem que ter uma força de vontade muito grande, ter muita fé em Deus e ter fé naquelas pessoas que estão cuidando de você".

"Ter o apoio da família também é fundamental. Eu acho que eu tento reagir bem em relação a tudo isso que eu passo. Tem horas que você quer fraquejar, que você cansa de tudo isso, porque não são 20 dias, nem um mês, são 24 anos nessa luta. O corpo cansa também, mas você tem que ir em frente”, reforçou Ednalva.

Além do tratamento psicológico, Ednalva também conta com o apoio da família e amigos. Para ela, é um conjunto fundamental para lidar com os anos de tratamento.

“Tanto família, como amigos, como os médicos que acompanham, é fundamental. Eu moro sozinha, tenho uma irmã e uma sobrinha que moram por aqui e me dão todo apoio. Minha mãe e meus irmãos não moram aqui, então o apoio que elas me dão é fundamental para uma cura realmente. O suporte que eu tenho dos médicos e da clínica é a diferença pra mim. Tudo isso para o tratamento, para as emoções, para a cura, é importante”, completou.

O que dizem os especialistas

A psicóloga da Clínica AMO, Ana Paula Nunes, explica que a busca pelo tratamento psicológico, apesar de muitos avanços, ainda é considerada um estigma por ser associada a transtorno mental.

“O sofrimento psicológico não está relacionado a transtorno mental, é um sofrimento humano que todos nós passamos diante de situações adversas na vida. Ninguém espera receber essa notícia, ninguém espera receber esse diagnóstico do câncer, isso impacta muito a vida da pessoa porque os sintomas das emoções iniciais são muita angústia, desespero, ansiedade, sintomas depressivos muitos até encaram como uma sentença de morte. Nós sabemos que com o avanço dos tratamentos, o prognóstico, a qualidade de vida, mesmo após diagnóstico de câncer, é real através dos diversos tratamentos que são possíveis”, destaca a profissional.

A psicóloga da Clínica AMO, Ana Paula Nunes
A psicóloga da Clínica AMO, Ana Paula Nunes | Foto: Arquivo Pessoal

O tratamento da psicoterapia busca:

- Desenvolver apoio no enfrentamento emocional
- Melhorar adesão ao tratamento de câncer
- Ajudar a reduzir o sofrimento
- Adquirir estratégias de enfrentamento saudáveis como aceitação da doença, resiliência e foco no momento presente

De acordo com a psicóloga, o apoio familiar também é muito importante para o paciente sentir que conta com alguém e dividir a sobrecarga emocional.

“O paciente fica muito sobrecarregado, sentindo muita ansiedade, se sentindo culpado, a melhor forma que esses amigos e familiares podem ajudar é estando ali, prestando uma companhia, vivendo o momento presente, dia após dia, sem tentar antecipar o futuro ou sem olhar para o passado".

"Fornecendo qualquer tipo de assistência que aquele paciente precisa, seja uma financeira, de fazer o mercado, de preparar uma comida ou arrumar a casa, ou simplesmente estando ali para assistir um filme, falar de coisas leves, algo que possa ajudar a encarar o processo de uma forma mais tranquila para que o processo de tratamento não seja considerado um fardo”, finalizou a especialista.

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Tags:

apoio familiar Câncer Janeiro Branco psicologia psicoterapia saúde mental tratamento de câncer tratamento psicológico

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