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INFARTO

Aumento de infarto no Brasil: médica aponta causas e ligação com a Covid

Ministério da Saúde diz que, entre 2020 e 2024, ocorreu um aumento de 32,07% no número de internações por Infarto Agudo do Miocárdio

Por Andrêzza Moura

03/07/2025 - 23:40 h
Infartos aumentaram no Brasil
Infartos aumentaram no Brasil -

Em 27 de outubro de 2020, durante a pandemia da Covid-19, o aposentado Teodolino Alves da Silva Filho, hoje com 66 anos, infartou e precisou ficar nove dias internado na Unidade Terapia Intensiva (UTI) de uma unidade hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS).

O caso do senhor se enquadra em um estudo do Ministério da Saúde (MS) realizado entre 2020 e 2024 e que apontou um aumento de 32,07% no número de internações por Infarto Agudo do Miocárdio.

Teodolino internado depois do infarto
Teodolino internado depois do infarto | Foto: Reprodução Arquivo Pessoal

O maior número de hospitalizações provinientes de IAM foi registrado em 2023 e os homens, com idades entre 60 e 69 anos, foram as principais vítimas. Esses dados foram retirados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/ SUS).

"Eu não sentia nada, nada, nem dor de cabeça. Quando estava subindo uma ladeira senti alguma coisa no meu coração que me chamou a atenção, não foi dor que eu senti. Parei um pouco, depois continuei, não senti dor nenhuma. Ao longo da semana, fui percebendo que, mesmo andando de bicicleta no plano, estava me sentindo fraco. Aí minha filha tirou [aferiu] minha pressão e estava 23 por 13. Ela me levou ao hospital, quando chegou lá, fiz cateterismo, porque estava com duas artérias entupidas, uma delas com 95%. O cateterismo não deu certo e o médico fez uma angioplastia", lembrou Teodolino, o dia em que infartou, ao Portal A TARDE.

Teodolino em foto recebendo visita do filho após infartar
Teodolino em foto recebendo visita do filho após infartar | Foto: Reprodução | Arquivo Pessoal

Embora o aposentado não tenha apresentado nenhum sintoma que indicasse que estava sofrendo infarto, a médica cardiologista Isabela Pilar informou que, na mioria dos casos, o ataque cardiáco não vem de forma silenciosa e costuma se manifestar através de alguns sinais. "Dor do peito que se prolonga por mais de 20 minutos, que pode irradiar para os braços, e pode vir acompanhada de suor frio, tontura, enjôo", explicou a especialista.

Fatores que podem levar ao infarto

Quanto aos principais fatores que levam uma pessoa a infartar, a médica revelou que são diversos e, entre estes, estão:

  • Sedentarismo;
  • Algumas cormobidades;
  • Má alimentação.

"O sedentarismo, tabagismo, alimentação rica em sal e gordura, obesidade, estresse emocional, pressão alta, diabetes, colesterol elevado. O excesso de gordura da alimentação pode se depositar nas artérias do coração, promovendo entupimento dos vasos. Quando uma artéria cardíaca entope, acontece o infarto. Alimento rico em sal (sódio) pode contribuir para o desenvolvimento de pressão alta, e assim também contribuir com infarto", disse a cardiologista.

Atividade física e o infarto

Nesta quinta-feira, 3, um homem, de 51 anos, teve um mal súbito enquanto praticava exércio físico, na orla da praia do Jardim de Alah, em Salvador, e morreu. Nos últimos meses, casos semelhantes ao desse senhor e envolvendo pessoas jovens ganhou os noticiários do país. Em maio último, Dayane de Jesus, 22, morreu logo após passar mal em uma acedemia do Rio de Janeiro.

Segundo a cardiologista Isabela Pilar, o exercício físico é indicado para ajudar no controle da pressão alta e de outros fatores de risco que influenciam na ocorrência de infarto.

Ela explicou ainda que os casos de mal súbito durante a prática de atividades físicas podem estar ligados a alguma doença pré-existente. "A pessoa pode ter alguma doença cardíaca que esteja silenciosa (e ainda não foi diagnosticada) e que pode complicar na realização de exercício", disse Pilar.

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Infarto e a Covid

Quando questionada se a Covid-19 e a vacina para combater o vírus têm alguma influência no aumento do número de casos, a médica disse que "a infecção por Covid está associada a um risco significativamente maior de eventos cardiovasculares, incluindo infarto e miocardite".

No entanto, afirmou que a incidência de Infarto Agudo do Miocárdio após a vacinação é muito baixa e tem relação com alguns fatores de risco cardiovasculares ocultos ou predisposição, como por exemplo: idade avançada, tabagismo, dislipidemia ou histórico familiar.

"A associação entre vacinação contra Covid-19 e o aumento de casos de Infarto Agudo do Miocárdio não é sustentada pelo consenso atual da literatura médica. Embora, existam relatos de IAM ocorrendo em proximidade temporal à vacinação, esses eventos são extremamente raros e, até o momento, não há evidências robustas de que a vacinação seja um fator causal relevante para o aumento global de infartos, especialmente em jovens. Estudos e revisões sistemáticas mostram que a maioria dos eventos cardíacos pós-vacina são casos de miocardite, predominantemente em homens jovens, com curso clínico geralmente benigno e recuperação rápida", reafirmou a médica.

Casos na Bahia

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), através da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa), orgão ligado à Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), de janeiro a abril deste ano, 2.349 pessoas foram internadas no estado, em hospitais do Sistema Único de Saúde, após infartarem. Este número, segundo o órgão, é menor que o registrado no mesmo preríodo de 2024.

Entre janeiro e abril de 2024 foram 3.458 hospitalizações em toda a Bahia, 1.109 a mais que em 2025. Durante todo o ano passado a Sesab contabilizou 10.570 casos de infartos no estado. Os dados são do Sistema de informação hospitalar do SUS.

Medidas preventivas

  • Praticar atividade física
  • Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e grãos
  • Não fumar
  • Manter peso controlado
  • Controlar pressão alta, diabetes, colesterol elevado
  • Aprender a manejar o estresse

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