SAÚDE
Pressão 12 por 8 não é mais normal? Brasil passa a seguir nova regra
Mudança envolvendo pressão arterial acompanha uma tendência mundial

Por Luiz Almeida

A pressão considerada “perfeita” pelos brasileiros, o famoso 12 por 8, acaba de ganhar uma nova classificação. De acordo com a mais recente diretriz endossada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), valores entre 12 por 8 e 13 por 9 (120-139 mmHg/80-89 mmHg) passam a ser enquadrados como pré-hipertensão.
O documento foi apresentado nesta quinta-feira (18), durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, e altera a forma como médicos e pacientes devem encarar os números do aparelho de pressão, segundo informações do G1.
Antes classificados como “normais limítrofes”, esses níveis agora exigem atenção especial para prevenção de doenças cardiovasculares.
O que muda na prática
Segundo as entidades, a ideia é atuar mais cedo, antes que a hipertensão esteja totalmente instalada. Nesse estágio, os médicos devem recomendar mudanças no estilo de vida, como alimentação balanceada, redução do sal, atividade física e controle do peso. Em alguns casos, dependendo do risco individual, pode até ser indicada medicação preventiva.
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Outra alteração importante diz respeito ao alvo do tratamento. Até então, considerava-se satisfatório manter a pressão abaixo de 14 por 9 (140/90 mmHg). Com a nova regra, o objetivo passa a ser menos de 13 por 8 (130/80 mmHg) para todos os pacientes hipertensos, sem distinção de idade, sexo ou presença de outras doenças.
Os especialistas ressaltam que reduzir a pressão a níveis mais baixos diminui de forma significativa os riscos de infarto, AVC e insuficiência renal. Em pacientes que não toleram reduções tão intensas, a orientação é alcançar o nível mais baixo possível dentro da segurança clínica.
Conexão internacional
A mudança acompanha uma tendência mundial. No Congresso Europeu de Cardiologia de 2024, já havia sido anunciado que a pressão 12 por 8 deixaria de ser considerada ideal, sendo reclassificada como “pressão arterial elevada”.
Pela primeira vez, a diretriz brasileira incorpora a avaliação do risco cardiovascular global, que leva em conta não apenas a pressão, mas também fatores como obesidade, diabetes, colesterol alto e danos já presentes em órgãos como coração e rins.
Para isso, passa a ser utilizado o escore PREVENT, que calcula a probabilidade de um paciente sofrer um evento cardiovascular em dez anos. Com base nesse resultado, médicos devem adotar condutas mais intensas em pacientes de alto ou muito alto risco, aproximando a prática da chamada medicina de precisão.
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