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ALERTA SANITÁRIO

Primeiro caso da ‘super gripe’ é detectado no Brasil

Subclado K da Influenza A (H3N2) foi identificado no Pará, segundo o Ministério da Saúde

Redação

Por Redação

17/12/2025 - 11:07 h
‘Super gripe’ tem primeiro caso confirmado em território nacional
‘Super gripe’ tem primeiro caso confirmado em território nacional -

A circulação do vírus influenza voltou ao centro das atenções das autoridades de saúde no Brasil após a confirmação do primeiro registro do subclado K da Influenza A (H3N2) no país. A identificação foi feita em amostras analisadas no estado do Pará e divulgada no Informe de Vigilância das Síndromes Gripais referente à Semana Epidemiológica 49, publicado no último dia 12 de dezembro pelo Ministério da Saúde.

Segundo a pasta, além do subclado K — popularmente chamado de “gripe K” ou “super gripe” —, também foi detectada a presença do subclado J.2.4 do mesmo vírus. Ambas as variantes já vinham circulando em regiões da América do Norte, da Europa e da Ásia antes de serem identificadas em território brasileiro. O ministério destaca, contudo, que o aumento da circulação do H3N2 no país antecede a confirmação dessas variantes específicas.

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Apesar do alerta, o Ministério da Saúde afirma que, até o momento, não há evidências de que o subclado K esteja associado a quadros clínicos mais graves. O padrão observado segue o comportamento esperado da Influenza A sazonal, especialmente do H3N2, subtipo historicamente ligado a surtos periódicos.

Ainda assim, especialistas chamam atenção para a intensidade dos sintomas observados em alguns pacientes. O virologista Gúbio Soares avalia que as novas variantes já podem estar circulando na Bahia. "Estamos vendo casos de pessoas com sintomas gripais muito fortes que ficam de cama, com muitas dores, que não passam com medicamentos. Isso significa, pelos sintomas, que o vírus está circulando", afirma.

O informe epidemiológico aponta crescimento ou estabilidade das internações por Influenza A nas últimas semanas em estados das regiões Norte — Amazonas, Pará e Tocantins —, Nordeste — Bahia, Piauí e Ceará —, além de Santa Catarina, no Sul do país. Já no Sudeste, a tendência observada é de queda gradual nas hospitalizações relacionadas ao vírus.

No cenário internacional, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiram alertas indicando que a temporada de gripe nas Américas pode começar mais cedo em 2026 e apresentar maior impacto. A avaliação tem como base dados recentes que mostram aumento da atividade global do influenza, com predominância do vírus Influenza A (H3N2).

Embora, de forma geral, a circulação ainda esteja dentro do esperado para uma temporada sazonal, alguns países já registraram início antecipado da gripe e níveis de atividade acima do padrão histórico para este período. Diante disso, as entidades recomendam reforço da vigilância epidemiológica, preparação dos sistemas de saúde e ampliação da cobertura vacinal, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.

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Um dos fatores que motivam o alerta é a antecipação da circulação do influenza no Hemisfério Norte, onde a atividade viral começou antes do inverno e tem sido impulsionada pelo H3N2. Desde agosto de 2025, a vigilância genômica global identificou crescimento acelerado de um subclado específico do vírus, o J.2.4.1, também conhecido como subclado K, já detectado em dezenas de países.

Até agora, não há sinais de aumento significativo da gravidade clínica, como crescimento expressivo de internações em unidades de terapia intensiva ou de óbitos. Ainda assim, a Opas ressalta que temporadas dominadas pelo H3N2 costumam impactar de forma mais intensa a população idosa, o que reforça a necessidade de medidas preventivas antecipadas.

O influenza é conhecido por passar por mudanças genéticas frequentes, processo chamado de deriva genética. Entre os vírus que mais infectam humanos estão os subtipos H1N1 e H3N2, responsáveis por epidemias anuais.

O subclado K não representa o surgimento de um vírus completamente novo, mas uma evolução genética que pode facilitar a transmissão. Embora ainda não haja circulação sustentada dessa variante na América do Sul, a OMS considera provável que cepas em circulação no Hemisfério Norte cheguem a outras regiões nos próximos meses.

Diante desse cenário, o Ministério da Saúde reforça que a vacinação continua sendo a principal estratégia para reduzir casos graves, internações e mortes por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG). A composição da vacina contra a gripe é atualizada anualmente com base em um sistema global de vigilância coordenado pela OMS, permitindo a produção e distribuição das doses a tempo das campanhas no Hemisfério Sul.

Dados preliminares indicam que, mesmo quando há diferenças genéticas entre os vírus circulantes e os incluídos na vacina, a imunização segue eficaz contra formas graves da doença. As estimativas apontam proteção de cerca de 70% a 75% contra hospitalizações em crianças e de 30% a 40% em adultos.

Grupos como idosos, crianças pequenas, gestantes, pessoas com doenças crônicas e indivíduos imunocomprometidos concentram historicamente a maior parte das hospitalizações e mortes por influenza. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), essas populações respondem por cerca de 70% a 80% dos óbitos anuais, motivo pelo qual seguem como prioridade nas estratégias de vacinação e vigilância em saúde.

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brasil gripe K h3n2 Influenza A Ministério da Saúde Super gripe

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