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Bolsonaro terá que escolher herdeiro da sua popularidade para 2026

Artigo de Cássio Moreira repercute cenário eleitoral sem a presença de Jair Bolsonaro nas urnas

Cássio Moreira

Por Cássio Moreira

25/11/2025 - 7:00 h
Bolsonaro e Tarcísio de Freitas
Bolsonaro e Tarcísio de Freitas -

Jair Bolsonaro (PL) ainda é popular. Você pode discordar dos seus métodos ou discurso, mas precisa admitir que o ex-presidente é uma rara exceção quando se trata em figuras políticas que fizeram de suas bandeiras verdadeiras pautas de apelo popular no Brasil, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Fora do jogo após ser condenado, ele terá que escolher o seu ungido para as eleições de 2026.

A missão não é fácil. Bolsonaro terá que encontrar alguém que esteja disposto a assumir sua defesa publicamente após a condenação por tentativa de golpe de Estado, tema delicado até em certos nichos da direita conservadora que lhe abraçou nos últimos anos. Para isso, de cara, o ideal seria um membro da própria família. É aí que entra o primeiro conflito.

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Flávio, o filho senador pelo Rio de Janeiro, seria o nome ideal. Visto como o mais contido dos filhos, o parlamentar não anima as massas, embora seja preferência de parte dos aliados do ex-presidente. Ser candidato a presidente, no entanto, lhe tiraria uma reeleição tranquila no Senado no principal reduto eleitoral da família.

Flávio também foi pivô da crise que levou seu pai para uma cela na Polícia Federal, nos últimos dias, o que fragiliza sua posição e lhe coloca em condição de 'telhado de vidro'.

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Se não é Flávio, aparece então a opção mais óbvia e mais segura: Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama. Sem nenhum cargo eletivo até hoje, a esposa de Jair leva vantagem por ser jovem, carismática e defensora fiel de valores conservadores que podem pesar para alguns setores na hora da escolha dos votos, como os evangélicos.

Michelle, no entanto, pode encarar uma experiência traumática. Sem nunca ter disputado um pleito, ir para a fogueira contra Lula não será a estreia dos sonhos, pelo contrário. Em um momento de tensão na corrida eleitoral, sua candidatura poderia entrar em colapso com qualquer movimento do seu poderoso adversário.

E Tarcísio?

Sem Flávio e Michelle, sobra então Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, se consolida como a principal opção. A questão é que o gestor precisa enfrentar seu maior fantasma: a indecisão sobre uma reeleição no maior colégio eleitoral do país ou uma disputa cruel contra Lula, que pode lhe deixar sem nenhum mandato e, por consequência, qualquer poder político a partir de 2027.

Tarcísio é favorito como candidato desde sempre. Tido como polido, centrado e educado, na contramão do seu padrinho político, conhecido por seus destemperos, o governador até ensaia subir o tom contra o STF e o sistema vez ou outra, como aceno a uma parte do eleitor que lhe colocou no Palácio dos Bandeirantes. É essa complexidade que tende a ser o maior desafio de uma eventual candidatura ao Planalto: como agradar moderados e radicais ao mesmo tempo? No momento, nem ele mesmo sabe como fazer.

Bolsonaro deve começar a cumprir sua pena por golpe de Estado a partir das próximas semanas. No meio do turbilhão de sentimentos, terá que encontrar maturidade e tempo para definir quem será seu ungido para representar a direita conservadora nas urnas no próximo ano.

O prazo para a escolha está prestes a se encerrar, e o movimento terá que ser certeiro. Ao contrário disso, o bolsonarismo pode estar sob risco de naufrágio nas eleições.

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