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Agricultura tropical brasileira merece nesta hora apoio governamental

Confira a coluna A TARDE Agro desta segunda-feira

Publicado domingo, 04 de fevereiro de 2024 às 07:00 h | Atualizado em 05/02/2024, 12:34 | Autor: José Luiz Tejon*
Antecipar o crédito de custeio a taxas subsidiadas significaria continuarmos na expansão agropecuária brasileira
Antecipar o crédito de custeio a taxas subsidiadas significaria continuarmos na expansão agropecuária brasileira -

“A agricultura de clima temperado trouxe o mundo até aqui, doravante será a tropical”. Essa frase do grande líder brasileiro, in memorian, Alysson Paolinelli, nos ajuda a entender bem tanto os aspectos da insatisfação dos agricultores europeus, em um mundo onde o Brasil assume a 4ª maior agricultura do planeta e em uma jornada para ser a maior dentre todas nos próximos 15 anos, portanto, somos competitivos em escala e custo, inigualáveis; então não querem os agricultores europeus o acordo União Europeia & Mercosul.

Mas, por outro lado também nos deixa claro a necessidade de intervenção urgente, aqui no Brasil, neste momento de prejuízos de grande parte dos agricultores por problemas climáticos.

Estive viajando pelo Brasil Central e a constatação dos agricultores e técnicos é inequívoca: prejuízos, diminuição das safras de soja e milho. E como não temos aqui nos trópicos os subsídios, o seguro rural, a infraestrutura europeia, e por outro lado temos condições tropicais de pragas, doenças, solos fracos, e uma agricultura que prosperou de verdade somente nos últimos 40 anos, vale com toda justiça atender as demandas pedidas pelo presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), João Martins, em uma reunião recente com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. A CNA adicionou também a necessidade da simplificação dos formulários e da burocracia que revelam as perdas

O Brasil não pode parar de crescer, pois o que produzirmos iremos vender para o próprio país e para o mundo. Por essa razão temos de alongar os vencimentos dos financiamentos por um ano para os agricultores prejudicados, renegociar dívidas vencidas, antecipar as verbas de pré-custeio para os produtores honrarem seus compromissos já assumidos.

Antecipar o crédito de custeio a taxas subsidiadas significaria continuarmos na expansão agropecuária brasileira, em uma safra a ser plantada a partir da metade do ano, a safra 2024/25, e se este “suporte” não for assegurado aos agricultores, que não contam nem de longe com o assistencialismo dos europeus, neste momento onde um fator incontrolável interferiu, o clima, é justo e correto a intervenção do estado brasileiro para darmos uma passagem sobre a crise.

E que prevaleça planejamento estratégico, seguro rural, infraestrutura, agroindustrialização e boa comunicação, ações gerenciais e de liderança sagradas para cumprirmos a visão do saudoso Alysson Paolinelli: “A agricultura de clima temperado nos trouxe até aqui, doravante será a tropical”. Hora justa de receber o apoio nacional.

*José Luiz Tejon é doutor em Educação pela Universidad de La Empresa/Uruguai, mestre em Educação Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie, jornalista e publicitário, com especializações em Harvard, MIT e PACE/USA e Insead na França. Colunista da Rádio Eldorado e Estadão On-line, autor e coautor de 35 livros. Coordenador acadêmico de Master Science Food & Agribusiness Management pela Audencia em Nantes/França e FECAP/Brasil. Sócio Diretor da Biomarketing e da TCA International. Profissional Head Agro Anefac. Prêmio Personalidade Agro ABAG 2023. Ex-diretor do Grupo Estadão, da Agroceres e da Jacto S/A.

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