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Bahia em ritmo mais intenso de vendas

Publicado quarta-feira, 07 de outubro de 2020 às 06:07 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Lúcia Camargo Nunes | De São Paulo
Onix perde a liderança em setembr
Onix perde a liderança em setembr -

O aumento de vendas de automóveis e comerciais leves na Bahia superou a média nacional no mês passado. Em setembro, o setor cresceu 22,6% sobre agosto, puxado pelos utilitários (alta de 37,47% ante 18,43% dos automóveis). No acumulado do ano, o estado emplacou 47.426 veículos.

“O volume de vendas no mês de setembro foi de 7.480 veículos faturados na Bahia, um mês positivo para o setor, com alta de quase 23% sobre agosto. Só em Salvador foram 2.930 unidades vendidas”, conta Raimundo Valeriano, diretor da Regional Bahia da Fenabrave.

2.930

Levando em conta todos os veículos (caminhões, motos, ônibus e implementos rodoviários), os licenciamentos somam 14.901 unidades. “Esperamos vender 44.918 unidades no último trimestre”, completa o diretor, ou seja, mantendo as boas vendas de setembro. Ele avalia que em função da pandemia, o mercado foi reprimido e essa demanda vem soltando gradativamente, mês a mês.

Entre os desafios que Valeriano enxerga para os concessionários está passar confiança para o consumidor voltar a frequentar o ponto de venda. “Logo em seguida, com a resposta positiva do mercado, a escassez de produto passa a ser a maior dor”, avalia.

Strada supera Onix

E faz sentido por aqui. O veículo mais vendido em setembro, na Bahia, foi o líder no país, a Fiat Strada. No estado liderou com 594 licenciamentos, à frente do Chevrolet Onix, que emplacou 540 unidades. Na concessionária Fiori Fiat Paralela, do Grupo Parvi, a picape tem espera de cerca de 60 dias, com destaque à versão topo de linha Volcano, de acordo com o gerente comercial, Francisco Sarno.

A picape média Toro, também da Fiat, foi a sexta mais emplacada em setembro (342 unidades) e é outra com fila de espera. Nesse caso, Sarno indica que a versão a diesel é a que tem mais procura. “Acredito em um crescimento das vendas, sim, para os próximos meses, por conta do aumento da produção dos veículos, mas com estabilidade em breve”, avalia o gerente da Fiori.

O volume também foi obstáculo da Indiana Ford com seu best-seller, o Ford Ka. Em setembro, com mais unidades disponíveis, o gerente comercial Rangel Guimarães, da Indiana Ford – Paralela, explica o crescimento das vendas do compacto. Com 2.376 unidades licenciadas na Bahia, foi o terceiro carro mais negociado no estado. “Há uma tendência desse crescimento se manter, agora que temos maior disponibilidade do produto. Melhor custo-benefício, condições especiais, parcelas reduzidas, tudo isso colabora para este último trimestre”, explica Guimarães, que ainda destaca que o modelo se diferencia pelos baixos custos de revisões e seguro.

Mercado aquecido

A pandemia ainda é presente e a solução, por meio de vacina, está um pouco distante. Mas o setor automotivo, em meio a isso, não tem muito a reclamar. O segmento de automóveis e comerciais leves, em plena recuperação, teve alta de 14,56% nas vendas em setembro em relação ao mês anterior, com 198.792 emplacamentos, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

No acumulado de janeiro a setembro, sobre o mesmo período de 2019 (1.934.890), o resultado aponta retração de -32,88%, totalizando 1.298.630 unidades comercializadas. Para Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, entidade que representa as concessionárias no país, a alta sobre agosto, impulsionada por taxas mais baixas de juros, comprova a expectativa de retomada dos volumes para o mercado de automóveis e comerciais leves.

“O mês de setembro registrou o maior volume de emplacamentos de 2020. O mercado vem se recuperando, desde julho, impulsionado pela manutenção da taxa Selic em níveis baixos, pela manutenção da queda de inadimplência e a consequente melhora na aprovação de crédito, fazendo com que os clientes voltassem a efetivar a tomada de decisão para a aquisição de automóveis. O estímulo também está atrelado à própria pandemia, que tem feito as pessoas optarem pelo transporte individual, em vez de coletivo”, explica o presidente da entidade.

“A cada mês, conseguimos observar que o mercado vem retomando os volumes e se readequando ao que se convencionou chamar de ‘novo normal’. Tanto que, apesar de ter o mesmo número de dias úteis de agosto (21), o volume de setembro foi mais elevado”, destaca Júnior.

Imagem ilustrativa da imagem Bahia em ritmo mais intenso de vendas
 

Importados

Entre os importadores, os ventos também são bons. Setembro foi o melhor mês de 2020, indicando a tendência de alta. “Enquanto no mercado interno total a queda nas vendas é de -32,9% em nove meses, as associadas à Abeifa anotam retração de -15,7%, ou seja, esses índices mostram que as nossas associadas estão se recuperando mais rapidamente”, afirma João Henrique Oliveira, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, que representa 15 marcas. Com o licenciamento de 2.834 unidades em setembro, registram aumento de 4,8% em relação a agosto, quando foram vendidas 2.703 unidades importadas.

Embora os números de setembro tenham sido de alento – depois de quase sete meses sob rigoroso impacto dos efeitos da pandemia por Covid-19, do câmbio com 40% de valorização do dólar e do euro em 2020 –, a Abeifa confirma sua a projeção de vendas para o ano, de 28,5 mil unidades de importados, representando portanto queda de -15% em comparação ao ano de 2019.

Entre os destaques de vendas de importados associados à Abeifa no país estão Kia Bongo, Volvo XC60 e XC40 e os Kia Cerato e Sportage (149). Na Bahia, Bongo e Cerato foram os mais emplacados, seguidos pelos dois SUVs da Volvo.

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