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Shark: BYD lança boa picape, mas detalhe pode atrapalhar vendas
Veja todos os detalhes do novo lançamento da montadora
Por Gabriel Moura
Toyota Hilux, Ford Ranger, Fiat Toro, Nissan Frontier, Ram Rampage ou Mitsubishi L200? Nenhum desses. O maior 'concorrente' da nova BYD Shark é o preço.
Antes do anúncio oficial, a dúvida era se o modelo chinês, única caminhonete média híbrida a venda no Brasil, custaria mais ou menos de R$ 300 mil. Quando foi anunciado o valor de R$ 379.800 a surpresa foi geral.
A BYD construiu no Brasil uma reputação por oferecer tecnologia, conforto e confiabilidade a preço competitivo. No caso da Shark, o valor é um pouco mais 'salgado', sendo a segunda caminhonete mais cara do segmento.
Isso porque a líder, a Rampage, custa apenas R$ 100 a mais que a chinesa.
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Para justificar o preço, a BYD argumenta que, apesar de média, a Shark possui conforto e lista de equipamentos costumeiramente presentes em modelos grandes. O que é verdade.
Além disso, apontam que trata-se da única caminhonete híbrida do segmento, capaz de fazer mais de 20 km/l na gasolina. Outra verdade.
Mas convence? Será que o comprador da testada e comprovada Hilux 4x4 a diesel, top de linha, estará disposto a investir R$ 50 mil a mais por uma novata? Difícil...
A principal disputa da Shark neste caso seria com a Rampage, que vendeu aproximadamente 800 unidades na Bahia em 2024. São os compradores que buscam uma picape moderna, confortável, versátil e, principalmente, 'ostentação'.
Ao que interessa
Durante toda a apresentação da Shark, executivos da BYD reforçaram a ideia que trata-se de um veículo 'bruto'. No breve test-drive, o modelo se saiu bem em um terreno esburacado e cheio de lama. No asfalto, chama a atenção a soma de conforto e potência - a caminhonete vai de 0 a 100 km/h em menos de 6 segundos.
Já a capacidade de carga é 790kg, enquanto de reboque chega a 2.500kg. Na caçamba, podem ir até 1.200 litros.
Ela é híbrida do tipo plug-in. Ou seja: precisa ser recarregada na tomada. A autonomia apenas no modo elétrico chega a 100 km, diz a montadora.
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Ao combinar o sistema híbrido elétrico EHS com um motor de 1.5L turbo, atinge uma potência combinada de 437 cavalos com um torque combinado de 65 KGf.
Aí cabe o alerta: a Shark 100% carregada de combustível e bateria é uma delícia. A potência instantânea proporcionada pelo motor elétrico torna-a capaz de enfrentar qualquer terreno mais desafiador sem grandes dificuldades.
O problema é quando a bateria descarrega e sobra apenas o motor 1.5 a gasolina para levar os 2.710 kg - sem contar os passageiros - da picape. Neste caso, até uma ladeira asfaltada um pouco mais íngrime será problema.
Na parte de segurança, a bateria é envolta em um chassi de aço de alta resistência através. O lançamento também possui o Sistema Avançadode Assistência ao Motorista (ADAS) com controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma deemergência, assistente ativo de faixa, reconhecimento de placas de trânsito, sensor de ponto cego, alerta para abertura de portas, câmera 360º e alerta de tráfego cruzado.
Há modos de condução que criam o cenário ideal para o veículo trafegar na areia, lama e até neve.
Uma grande vantagem em relação aos concorrentes é que trata-se de uma picape desenhada exclusivamente para a América Latina, adaptada à realidade enfrentada por cá.
Também chama atenção o painel de instrumentos digital de 10,25” complementado por uma tela central giratória de 12,8” e um carregador de celular por indução com 50W. O sistema de som conta com oito alto-falantes assinados pela Dirac.
Em resumo: o carro é bom, mas o preço pode transformá-lo em fracasso de vendas.
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