Fraude do BRB e Banco Master pode ter ligação com TJ-BA; entenda

O escândalo envolvendo o Banco de Brasília (BRB) e o Banco Master, que estourou nas últimas semanas, deve ter novos desdobramentos nos próximos dias. Como antecipado pelo Carrasco, coluna semanal de A TARDE, o processo de troca nas operações financeiras pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que ocorreu em 2021, pode ter ligação com o suposto esquema de fraudes.

A edição do Carrasco da última segunda-feira, 23, pontuou algumas irregularidades no TJ, e questionou se a instância permanecerá "fazendo guarida" ao BRB. Até 2021, o Banco do Brasil era a instituição responsável pela tutela das finanças e depósitos judiciais.

O Pregão Presencial n°001/2021, publicado pelo TJ-BA na época, versa sobre a "contratação de instituição financeira como agente exclusivo para a prestação de serviços de captação e administração dos depósitos judiciais, administrativos e fianças, bem como dos recursos destinados ao pagamento de precatórios e Requisições de Pequeno Valor – RPV no âmbito da jurisdição do Poder Judiciário do Estado da Bahia".

Banco Master

Segundo informações do jornal Estadão, servidores do Tribunal de Justiça da Bahia, como desembargadores e juízes, tinham autorização para a realização de empréstimos consignados junto ao Banco Master.

De acordo com a publicação, o TJ-BA chegou a autorizar o desconto dos valores de crédito na folha salarial dos funcionários.

Possível elo

A ligação dos dois bancos com o Tribunal de Justiça da Bahia acende o sinal de alerta para os desdobramentos da operação Compliance Zero, que investiga um esquema de fraudes que envolve as duas instituições financeiras.

Na última semana, Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, foi preso no aeroporto de Guarulhos. A suspeita, segundo a Polícia Federal, é de que o banqueiro, que foi transferido para o Centro de Detenção da mesma cidade, pretendia fugir para a Europa.

Carrasco fez alerta

A coluna O Carrasco, de A TARDE, antecipou no começo desta semana a informação de que o BRB voltou ao centro das discussões por conta dos episódios recentes envolvendo o Banco Master.

A nota também trouxe a ligação entre o Tribunal de Justiça e as duas instituições, além de questionar a 'vista grossa' feita pelo TJ. Veja a nota:

POR UM FIO

O Banco de Brasília (BRB) voltou ao centro das discussões após mais um capítulo de denúncias graves. Com o presidente e um diretor afastados pela Justiça, o BRB, que possui negócios com o Master e chegou a anunciar a aquisição deste, em março de 2025, foi rotulado por procuradores como uma instituição que tinha um propósito direto e calculado: “ocultar crimes graves contra o sistema financeiro nacional e contra o patrimônio público do Distrito Federal”. Mesmo com o Banco Central barrando a compra de forma definitiva em setembro, o BRB, afirmam os investigadores, seguia mirando não apenas a absorção da instituição privada, mas o encobrimento de repasses feitos com base em carteiras de crédito que não existiam. Não é de agora que o Carrasco vem batendo no BRB por conta da conta que o Banco possui do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBa), cujas irregularidades já foram aqui expostas. Com tantos escândalos, será que o BRB continuará fazendo guarida na Bahia?