A mobilidade e a corrida pela redução de emissões
A Cúpula do Clima, uma iniciativa dos Estados Unidos que reuniu na semana passada líderes globais, virtualmente, e antecipou metas de redução nas emissões de carbono, tem o poder de redefinir estratégias de mobilidade urbana em todos os continentes.
Para especialistas, a ousada antecipação de metas cria uma competição entre os países, na luta pela descarbonização. Estados Unidos, Japão e Canadá, além da União Europeia, anunciaram redução de cerca de 50% das emissões até 2030.
O Brasil se comprometeu a atingir em 2050 a neutralidade climática, ou seja, reduzir muito suas emissões de gases causadores do efeito estufa e compensar as emissões restantes com medidas ambientais.
Tudo isso significa ampliação de investimentos em energias limpas, e fica claro que a frota de carros elétricos tende a aumentar em todo o mundo. O plano da União Europeia inclui aumentar a oferta de energia elétrica a partir de fontes renováveis.
Uma meta é que até 2030 pelo menos 40% dos carros e vans em circulação terão de ter baixa ou nenhuma emissão. Serão multadas as fábricas que produzirem carros poluentes acima da cota estabelecida.
No Brasil, as montadoras e o mercado caminham nessa direção. Em 2020, em meio à pandemia, os eletrificados (inclui elétricos puros, híbridos e híbridos plug-in) cresceram 60% em relação ao ano anterior.
A expectativa da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (Abve) é que o mercado avance 50% este ano. Embora o volume de vendas represente apenas 1% do mercado, ele tende a crescer.
A corrida pela sustentabilidade também chegou às cidades e governos estaduais, e muita coisa passa pela mobilidade urbana. Na rota das cidades inteligentes, Salvador investe em infraestrutura para atrair empresas que investem em projetos de mobilidade elétrica. O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da capital baiana cria diretrizes para os próximos anos e prevê a implantação de novos modais de transporte e complexos viários.
O monotrilho elevado, cujo início da operação está previsto para 2023, é uma solução de transporte ferroviário, que será conectada ao metrô e contará com 25 estações, ligando a Cidade Baixa até Simões Filho. Esse é um projeto do governo do estado. Com a marca SkyRail Bahia, o veículo é fabricado pela BYD, em Shenzhen, na China. Soluções sustentáveis que colocam a capital baiana em sintonia com as metas globais de redução de emissões.