Bahia busca consolidar melhor fase na Libertadores contra o Atlético Nacional
Em noite decisiva na Fonte Nova, Esquadrão aposta nos titulares para seguir encantando na competição continental

O Bahia tem vivido duas realidades bem distintas. Com a licença para o uso da prosopopeia, é como se estivesse com um pé fincado em uma dimensão e o outro em lugar onde tudo é bem diferente. Uma, que inspira cuidados e gera preocupação, no Brasileiro, e outra, motivadora de euforia, na Libertadores. Felizmente, a noite está reservada para a melhor dimensão: da novidade, do sonho.
É dia de festa e de esperança em ver o Esquadrão voltar a encantar, ao receber, na Fonte, o Nacional de Medellín, da Colômbia. Um triunfo hoje, pela terceira rodada, representaria abrir quatro pontos de diferença para o terceiro colocado, restando três rodadas.
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Prioridade, obsessão, pelo tempo de ausência, a Libertadores é onde temos visto a melhor versão do Esquadrão em 2025. O Atlético Nacional, adversário desta quinta-feira (24), curiosamente desperta um sentimento nostálgico, já que foi o campeão da edição de 1989, da mais recente participação tricolor antes da atual. Caso o Inter e a chuva não tivessem atrapalhado o Bahia nas quartas de final, aquela equipe teria boas condições de chegar à final contra os colombianos, que venceram o Olímpia, algoz do Colorado, na decisão.
O goleiro René Higuita, os defensores Luis Carlos Perea, Andrés Escobar e Gilardo Gómez, e os meias Leonel Álvarez, Luis Fajardo e José Pérez estariam juntos na Copa do Mundo de 1990. Perea, Escobar, que seria assassinado por um gol contra, e Álvarez ainda voltariam em 1994.
No ataque, empatado com Charles, como vice-artilheiro da edição, com sete gols, estava Usuriaga, ao lado de John Tréllez, pai de Santiago, com passagem pelo rival.
Assim como naquela época, em que tinha o lendário Higuita na meta, os colombianos contam hoje com um arqueiro com longa experiência na seleção do país: David Ospina, com duas Copas no currículo, em 2014 e 2018. O uruguaio Camilo Cándido, com passagem pelo Tricolor em 2023, é a cara conhecida de hoje.
Bahia chega confiante
O Esquadrão chega para o jogo de hoje depois de vencer a primeira no Brasileiro. Na Libertadores, o time chega embalado depois do primeiro triunfo fora do Brasil na competição, contra o Nacional, do Uruguai, em Montevidéu.
Apesar de ter sido no sufoco, o triunfo contra o Ceará, segunda, também teve um caráter histórico e pouco enaltecido. Eu não me lembro de outra situação em que o Esquadrão venceu na Série A começando com uma equipe praticamente reserva. Mingo e Lucho eram os únicos titulares absolutos na escalação inicial, embora Marcos Felipe, Gilberto e, principalmente, Ademir sejam presenças constantes entre os 11 em 2025.
No momento do gol do triunfo, marcado por Éverton Ribeiro, estavam em campo, além do camisa 10, Mingo, Juba e Pulga como titulares.
Ceni cheio de problemas
Pelo alto número de desfalques recentes por lesões ou desgastes físicos, o revezamento e a utilização de maior número de suplentes se prova cada vez mais necessária. E é importante ver que o time não se entregou e foi capaz de conseguir o primeiro triunfo no Brasileiro. Também foi importante ver Acevedo, Nestor, entre outros, sendo muito úteis, além da contribuição dos meninos Ruan Pablo e Tiago, decisivo no lance do gol.
Hoje é com os titulares. Que o Bahia siga encantando na Libertadores, com triunfo e mostre domingo que também entrou nos trilhos no Brasileiro, contra o líder, Palmeiras.
*Leandro Silva é jornalista e colunista do Esporte Clube Bahia.