É tempo de Copa Libertadores para o Bahia
Confira a coluna do jornalista tricolor Leandro Silva
É lógico que todo jogo e competição devem ser encarados com seriedade e comprometimento, mas é inegável, e compreensível, que o foco tricolor esteja voltado para a estreia do Esquadrão na Libertadores, depois de quase 36 anos completos.
Leia Também:
Será a quarta participação do clube na maior competição do continente sul-americano, e representará uma experiência muito diferente e especial para a torcida tricolor. Eu, por exemplo, só tive a oportunidade de acompanhar o Bahia na Libertadores durante a infância e, há muito tempo, sonhava com um retorno. Muitos dos que comemoraram a classificação, na Fonte, repetiam que nunca viram o Tricolor no torneio.
Pioneiro, sendo o único representante do Brasil na disputa da primeira Libertadores, em 1960, graças ao título brasileiro de 1959, conquistado ao superar o histórico Santos de Pelé, o Bahia nunca havia ficado tanto tempo afastado da competição. Nem mesmo antes da criação do torneio, já que o Tricolor chegou à primeira edição, em 1960, com apenas 29 anos de história, iniciada em 1931.
A segunda participação não tardou e chegou logo em 1964, apenas quatro anos depois. A terceira experiência foi quase tão aguardada quanto a atual. Foram 35 anos de afastamento até o regresso, em 1989, graças à conquista do segundo título brasileiro, em 1988. O hiato a ser encerrado na terça-feira superou o anterior, portanto, em um ano.
Com a visível e incontestável subida de patamar do clube desde a chegada do Grupo City, em 2023, a expectativa e torcida é de que o Esquadrão não sofra mais com ausências tão prolongadas e que se torne um frequentador assíduo da Libertadores. A felicidade que sentimos após o triunfo contra o Atlético Goianiense, que garantiu o retorno foi incrível e diretamente proporcional à ansiedade vivenciada agora.
Todos os jogos da temporada até o momento têm servido para preparar o time para encarar a Libertadores. Como Rogério Ceni não tem repetido escalação, ainda é difícil cravar grande parte dos nomes que iniciarão o duelo de terça-feira, mas é certo que as partidas têm permitido que o treinador teste várias alternativas e combinações interessantes.
Nomes como Ademir, Erick Pulga e Lucho Rodríguez têm se sobressaído, dando um alento com relação à produção ofensiva, algo muito importante já que a linha ofensiva vinha sendo bastante criticada no segundo turno do Brasileiro passado.
As formações com dois pontas ao mesmo tempo em campo, junto com um atacante centralizado, têm causado mais otimismo, mas é preciso enaltecer também outros nomes como Caio Alexandre e os zagueiros Kanu e Santiago Ramos Mingo, até o momento.
Seja quais forem os nomes escolhidos, agora é hora de curtir cada aspecto dessa sensação maravilhosa de acompanhar o clube na Libertadores. O primeiro desafio será encarar a altitude de 3.637 metros acima do nível do mar, os efeitos nocivos dela, e os bolivianos do The Strongest. Na terça seguinte, será a vez de marcar presença na Fonte para ver de perto um confronto de Libertadores depois de tantos anos, torcendo para que o Esquadrão garanta classificação, prolongando esse clima maravilhoso. Afinal, é tempo de Libertadores.