Outro patamar
Confira a coluna do jornalista Leandro Silva
Depois do expressivo triunfo de domingo, contra o Atlético, por 3 a 0, o Bahia tem o próximo compromisso depois de amanhã, contra o Fortaleza, longe de casa. Com 42, tem a chance de chegar aos 45 pontos, número mágico apontado por muitos, como garantidor de permanência na elite do ano seguinte. Um triunfo do verdadeiro Tricolor de Aço no sábado será fundamental para se manter entre os seis melhores do Brasileiro e será motivo de comemoração, caso realmente aconteça, exatamente por tal motivo.
O fato de chegar aos 45, entretanto, não deverá causar tanto alarde. E é um ótimo sinal de mudança de patamar. Que seja definitivo.
No ano passado, a torcida tricolor ansiava por chegar aos 45, em meio à ferrenha luta para permanecer na Série A. O Esquadrão, entretanto, chegou à emocionante rodada final, contra o mesmo Atlético, sem condições de alcançar tal marca. Também por isso, o cenário era desesperador, já que não dependia apenas das próprias forças. Fechou com 44 pontos, com uma inesquecível goleada, por 4 a 1, na Fonte, e contou com a contribuição do Fortaleza, que venceu o Santos, para ficar na Série A.
Um triunfo no sábado, portanto, fará com que o Esquadrão supere a pontuação final do Brasileiro passado, faltando ainda 11 rodadas. Impressionante. E fará com que o clube siga firme no objetivo do ano, que é voltar à Libertadores, depois de 36 anos.
E a inegável evolução do primeiro para o segundo ano da era City deve ser curtida com mais veemência e leveza. Sem pretensão de dar aula de como proceder na arte de torcer, sinto, por vezes, um nível de cobrança e insatisfação compatíveis com momentos críticos.
Como bem dito por Rogério Ceni, na coletiva após o jogo contra o Galo, é realmente um privilégio ver o Bahia jogando como atualmente, principalmente quando tudo dá certo, como foi domingo.
Das 11 participações anteriores na Série A por pontos corridos, apenas em 2019, com Roger Machado, é possível dizer que o clube não correu risco de rebaixamento em nenhum momento.
A brusca queda de rendimento no segundo turno, entretanto, tirou a chance de voltar à Libertadores naquela ocasião, fazendo com que muitos tricolores tenham péssimas lembranças da campanha.
Por falar em 2019, naquele ano, após as mesmas 26 rodadas, o Bahia estava em oitavo, com 41 pontos. Um a menos, portanto, do que hoje, em que está em sexto.
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Com a queda de rendimento já citada, chegou aos 45 somente na 35ª rodada, quando já estava em 11º na tabela. No final, fechou com 49, em 11º, bem distante do que deu mostras que poderia chegar, mas 13 pontos à frente do Z-4. Hoje, são 17 pontos de frente.
Em outros anos, como em 2017, com Carpegiani, na reta final, e em 2018, com Enderson Moreira, o Bahia até chegou ao final de maneira tranquila, mas chegou a flertar com a queda antes de deslanchar e se afastar do Z-4.
Justamente por ser tão atípica, a atual campanha merece ser mais celebrada.
Para seguir com bom desempenho, mantendo as chances reais de retorno à maior competição do continente, o Bahia segue em ritmo próximo ao da ótima campanha de boa parte do primeiro turno.
Após sete jogos, contra os mesmos adversários e inversão de mando de campo, o Bahia chegou aos 11, domingo, diminuindo a diferença para os 14 do primeiro turno.
Diante do Fortaleza, tenta repetir o que fez contra o Grêmio, único adversário derrotado duas vezes pelo Esquadrão até o momento.
Vamos curtir, com leveza, e aproveitar cada momento do Tricolor nesse novo patamar, com pretensões continentais.