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Coluna do Tostão

Por Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina
ACERVO DA COLUNA
Publicado quarta-feira, 19 de novembro de 2025 às 3:31 h | Autor:

Brasil empaca contra a Tunísia e debate sobre quatro atacantes volta à cena

Mudanças táticas, dificuldades de criação e variações na marcação reacendem discussão sobre o modelo da seleção

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Jogadores comemoram gol de Estevão
Jogadores comemoram gol de Estevão -

A partida contra a Tunísia revelou problemas já conhecidos do futebol brasileiro. Diferentemente do duelo contra o Senegal, em que o adversário pressionou alto e abriu espaços generosos para a velocidade dos atacantes, os tunisianos adotaram uma postura mais estratégica e disciplinada.

Tunísia fechada e Brasil apressado

Com linha de cinco defensores e blocos compactos, a Tunísia não cedia espaços entre os marcadores, mas deixava a intermediária com pouca pressão. Ainda assim, o Brasil não conseguiu aproveitar: faltou domínio da bola, troca de passes qualificada e paciência para construir.

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A entrada de Vitor Roque, embora aumentasse a velocidade, reduziu ainda mais as triangulações no meio. Resultado: um time apressado e pouco criativo no empate por 1 a 1. O único destaque foi Estevão, novamente decisivo e lúcido.

Quatro atacantes não são novidade

Antes, durante e depois da vitória contra o Senegal, a discussão central girou em torno da presença de quatro atacantes. Muitos trataram como ousadia inédita. Não é.

Grandes equipes e seleções utilizam formações similares. A diferença está na execução.

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Não se trata de quatro jogadores parados esperando a bola, mas de atacantes que recuam, pressionam e participam da recomposição — algo que não acontecia com treinadores anteriores.

Funções, e não números

Os rótulos 4-2-4, 4-2-3-1 ou 4-4-2 dizem pouco.

Quando o Brasil perde a bola, Rodrygo e Estevão voltam pelos lados, enquanto Matheus Cunha recua ao centro. A equipe defende com cinco no meio e ataca com quatro na frente.

Outras seleções fazem parecido.

A Argentina marca com três meias e um atacante que recompõe, deixando Messi e o centroavante mais avançados.

Já o Real Madrid de Ancelotti viveu seu auge com o trio Casemiro, Kroos e Modric, privilegiando a qualidade técnica do meio-campo.

Na seleção atual, com mais talentos ofensivos disponíveis, a escolha é natural: mais atacantes, menos meio-campistas.

O passado explica o presente

Na Copa de 1994, o Brasil defendia com quatro no meio, mas avançava com apenas Romário e Bebeto, isolados pela pouca projeção de Zinho e Mazinho.

Hoje ocorre o contrário: os atacantes voltam para marcar e chegam à frente rapidamente ao recuperar a bola.

Essa alternância dinâmica é uma das maiores evoluções do futebol moderno: o coletivo potencializa o talento individual.

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