Libertadores: Flamengo domina, Inter em baixa e Palmeiras goleia na estreia
Tostão faz análise das partidas, mostra estratégia, desempenho individual e desafios das equipes brasileiras na competição

Pela Libertadores, Flamengo e Inter fizeram um jogo estratégico, intenso, com muita marcação, mas com pouca criatividade e qualidade técnica. O Flamengo dominou a maior parte do jogo, porém, como tem sido habitual criou poucas chances de gols. Jorginho, excelente meio campista, que geralmente inicia as jogadas ofensivas no próprio campo com ótimos passes, se posicionava mais à frente, enquanto Allan, que não tem essa qualidade, iniciava os lances.
Após o mundial de clubes, 40% dos gols do Flamengo foram decorrentes de bolas paradas. É exagero. No campeonato inglês são 17%. Além disso, Flamengo e todos os clubes brasileiros cruzam demais bolas para a área, da intermediária, pelos lados, que facilita para o zagueiro cabecear. Já os principais times europeus usam bastante as viradas rápidas de bola de um lado para outro e também as triangulações pelas laterais até alguém penetrar para receber a bola e cruzar da linha de fundo para o companheiro cabecear de frente para o gol.
O que ocorre com o Inter, que teve uma grande queda nesta temporada?
O treinador e a estratégia não mudaram, porém caiu muito a qualidade de alguns jogadores. Wesley, que surpreendeu ano passado por atuar muito melhor que no Cruzeiro, voltou a jogar como antes, sem brilho. O Futebol tem razões que vão além de nossos conhecimentos e explicações técnicas e táticas.
O Botafogo, em casa, venceu a LDU, do Equador, por 1X0. Ancelotti estava presente para ver os jogadores e o primeiro trabalho de seu filho Davide como técnico. Deve ter ficado satisfeito. Na Copa do Mundo, o filho voltará a ser auxiliar do pai.
Ancelotti pelo Brasil
Nas muitas partidas que Ancelotti viu pelo Brasil, deve ter constatado o que já sabia, de que a Seleção possui uma grande carência nas laterais. Vários jogadores que atuam no Brasil têm sido convocados, como Arana do Atlético-MG, Alex Telles do Botafogo, Alex Sandro e Emerson Royal do Flamengo. Todos são bons nos seus clubes, mas fracos para a seleção. Se o uruguaio Piquerez, do Palmeiras, fosse brasileiro, seria titular na seleção.
O Palmeiras goleou, em Lima, o fraquíssimo Universitário por 4X0, com 3 gols no início da partida. A dupla de ataque formada por Vitor Roque e Flaco Lopes, juntos pela primeira vez desde o início do jogo, foi o destaque da partida. Após o primeiro gol, o time peruano foi para o ataque, o que facilitou bastante para os dois atacantes, especialmente Vitor Roque, com sua enorme velocidade. Ainda é cedo para uma avaliação da dupla. Os apressados já estão eufóricos.
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Aos poucos, as equipes brasileiras têm incorporado os importantes conceitos modernos na maneira de jogar, como a marcação por pressão em todo o campo para recuperar rapidamente a bola, a compactação para não deixar grandes espaços entre os setores, a intensidade para atacar e defender com muitos jogadores, a saída de bola com troca de passes desde o goleiro, a alternância entre o jogo curto e o mais longo em direção ao gol e outros detalhes.
Porém, nada disso é suficiente se não houver talento individual e a capacidade de em uma fração de segundos de tomar decisões corretas, com clareza, concisão e precisão.
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