Vitória sofre choque de realidade na temporada 2025
Com elenco limitado e maratona de jogos, Leão luta pela permanência na Série A, enquanto Carpini pede consciência à torcida

Um domingo em que a torcida rubro-negra encarou, em definitivo, a realidade que a espera até o final da temporada 2025. Se os clássicos disputados anteriormente serviram como um balizador das limitações da equipe de Carpini, o duelo com o Flamengo, digamos, escancarou. A diferença técnica entre as duas equipes não era novidade para os milhares que foram ao Barradão acreditando, como tem que ser. Quando a bola rolou, entretanto, a disparidade se tornou ainda mais evidente na prática.
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Ciente da impossibilidade de jogar de igual para igual com este Flamengo, algo que possivelmente poucas equipes do Brasileiro vão conseguir, Carpini teve humildade e montou um time para defender e, tentar surpreender no contra-ataque, como conseguiu colocar em prática na despedida do Leão em 2024 no 2x2 contra o mesmo o time carioca, no Maracanã.
Sem muitas das peças principais daquele Vitória, nomeadamente Wagner Leonardo, Lucas Esteves e Alerrandro, o Vitória sequer conseguiu incomodar dessa vez. Um sufoco que não se tornou goleada ainda no primeiro tempo devido a falta de pontaria do adversário. Diversas foram as chances criadas.
Jogador mais técnico do time, Matheuzinho, ainda longe do seu 100%, se viu sacrificado na marcação.
O primeiro gol do jogo saiu, inclusive, fruto de um erro de Janderson devido a falta de opção para puxar um contra-ataque. Natural, afinal, por ser o único jogador com capacidade física para puxar o ataque, o centroavante fatalmente iria errar uma. Jogador mais técnico do time, Matheuzinho, ainda longe do seu 100%, se viu sacrificado na marcação. De tanto correr atrás do adversário, faltou pernas para colocar os jogadores rivais nesta mesma condição. Após o desenhado primeiro gol, Carpini teve que mudar a estratégia.
A nova configuração do jogo também permitiu o Vitória se superar para encontrar o empate. Algo que aconteceu no chute felizmente desviado de Rato. Numa espécie de reprise do duelo no primeiro turno do ano passado, quando o Leão também chegou a empatar após tomar o 1x0, pouco depois sofreu o segundo e não mais suspirou qualquer possibilidade de reação.
Carpini, expulso injustamente por ter chutado uma bola na comemoração do gol, aproveitou bem a oportunidade no pós-jogo e convocou todos a encarar a realidade: “A nossa briga vai ser pela permanência”, projetou.
No caso do Vitória, há uma escassez de qualidade.
Críticas e mais críticas vieram ao treinador. Mas certamente ele está com a consciência tranquila. Sonhar o torcedor tem que fazer sempre. Quem está no comando, porém, precisa projetar um caminho com base nos recursos que. No caso do Vitória, há uma escassez de qualidade. E de conjunto, o que destoa bastante do cenário que Carpini conseguiu reverter no último Brasileiro.
Para quem se iludiu com a projeção otimista feita pelo presidente Fábio Mota, que anunciou o objetivo Rubro-negro atrelado a um Brasileiro melhor em relação ao anterior, com briga pela Libertadores, agora já pisou no chão outra vez.
A curto prazo, o primeiro passo é parar de perder.
A curto prazo, o primeiro passo é parar de perder, exatamente o que Carpini estipulou ao chegar no clube no início da última Série A. Aí sim, com confiança, abre-se espaço para as vitórias.
Este ano o treinador não terá tempo para treinar. Envolvido na Sul-Americana, o Leão segue na maratona de jogos. Enquanto reforços não chegam, Carpini sabe que precisa dar resposta o quanto antes. Caso contrário, não resistirá a cultura de descarte do futebol brasileiro.