ENTREVISTA
Participações especiais no Numanice? Ludmilla responde: “Festa linda”
Cantora realiza nova edição do Numanice no próximo sábado, 17, em Salvador
Por Anota Bahia
Ludmilla tem apenas 29 anos de idade. Mas esse é um número que não importa tanto, diante de todos que ela carrega em sua já aclamada trajetória no cenário musical nacional e internacional.
Leia mais:
>> “A marginalização do funk é muito forte”
>> Ludmilla e Brunna levantam rumores de possível gravidez
>> Participação especial e mais: veja como será o Numanice em Salvador
Para entender melhor, vamos aos dados. Em 2014, ela emplacou o single ‘Sem Querer’ e de lá para cá, lançou 9 álbuns. Se tornou a primeira cantora negra da América Latina a alcançar mais de 1 bilhão de streams somente no Spotify, onde hoje já ultrapassa 2,5 bilhões. Já no YouTube são quase 5 bilhões de views e 9 milhões de inscritos.
Criada no funk e no pop, Ludmilla também trabalhou em paralelo os bem-sucedidos projetos 'Lud Session', que possui mais de 230 milhões de visualizações e o Numanice, que já ultrapassa a marca de um bilhão de streams. Esse último, inclusive, é o nome da turnê que faz sucesso pelo país, e que este ano estreia em Salvador, no próximo sábado, 17, no WET, com assinatura da Salvador Produções.
Outro fato importante que vale ser citado é que em novembro de 2022, ela conquistou o Grammy Latino na categoria "álbum de samba/pagode", com o álbum 'Numanice #2', que possui 10 faixas, todas assinadas pela cantora, algumas em parceria e outras sozinha.
Poderosa, não é? Por isso e por muito mais, ela estrela nossa coluna especial deste domingo,11, com uma entrevista exclusiva, onde comenta sua relação com a Bahia, as parcerias com grandes artistas, o processo contínuo de reinvenção criativa, a aproximação com o mercado internacional e os desafios que tem como personagem negra e bissexual atuante no Brasil. Confira!
Após estar presente quando Beyoncé esteve em Salvador, você participou do Carnaval e agora está retornando à capital baiana com a turnê Numanice. Qual a sua relação com Salvador e a cultura baiana? Como é poder voltar ao público soteropolitano?
Salvador é um lugar muito especial para mim. A energia dessa cidade é única, e a cultura baiana tem uma vibração que mexe com o meu coração. A música, a dança, a gastronomia, o povo, tudo aí é muito rico e inspirador. Poder começar a turnê o Numanice #3 em um lugar tão especial como Salvador é uma alegria imensa. O público baiano sempre me recebe com muito carinho, e eu estou super ansiosa para retribuir esse amor com um show inesquecível.
Leia também:
>> Shawn Mendes lança música e expõe possível gravidez da ex: "Me abalou"
>> Sandy homenageia fã de 3 anos morta na queda do avião da VoePass; veja vídeo
>> Davi e Mani desbancam famosos na lista dos mais seguidos da Bahia
Como será a apresentação do projeto Numanice em Salvador? Haverá participações? Como o repertório é montado e preparado? O que pode nos adiantar?
Será? (risos) Não posso falar muito, não, vão criando as teorias de vocês (risos). O que posso dizer é que vai ser uma festa linda, com muito pagode e muito funk com a DJ Lud Brisa. O repertório foi pensado com muito cuidado e tenho certeza que o público vai gostar das surpresas que eu preparei.
Como é ter seu nome marcado na história da maior festa de rua do mundo, que é o Carnaval de Salvador, com o hit 'Macetando' junto com Ivete Sangalo?
Nossa, foi muito especial tudo que eu vivi no último carnaval! Como você disse, o carnaval de Salvador é uma das maiores festas do mundo, e poder fazer parte dessa história ao lado da Ivete, que é um ícone, é indescritível.
Desde 2013 você, com seus primeiros lançamentos, vem emplacando músicas nas paradas de sucesso do Brasil. Como é o processo e o que é necessário para se reinventar e se manter no topo, como foi com 'Hoje', 'Te ensinei Certin', 'Socadona', 'Macetando' e 'Dia de Fluxo'?
É preciso muita dedicação, inovação e amor pelo que faz. Sempre busco novas inspirações e estou atenta às tendências, mas sem perder minha essência. Gosto de experimentar novos sons, ritmos e estilos, sempre com a intenção de surpreender meu público, mas agora eu sinto que eu não preciso provar nada para ninguém. O que eu busco hoje é me divertir, porque senão não faz sentido pra mim.
Você vem sempre participando e realizando produções com outros artistas – como Ana Castela, Mari Fernandez, Léo Santana, Felipe Ret e outros. Como você enxerga essa tendência no mercado musical e como as parcerias contribuem para o meio artístico?
Eu vejo como algo extremamente enriquecedor para a música brasileira. A diversidade de ritmos e estilos que trazemos para o nosso trabalho é uma forma de celebrar e fortalecer a riqueza cultural do nosso país. Eu adoro misturar ritmos e explorar diferentes estilos porque isso não só me desafia artisticamente, mas também, claro, amplia o nosso alcance, faz com que a gente fure bolhas e chegue a novos públicos.
Leia também:
>> Léo Santana explica criação da turnê PaGGodin e resgata história
Há alguns anos você vem participando de projetos em outros idiomas, como o espanhol e o inglês, colaborando com Emilia Mernes, Sean Paul e Ryan Castro. O que te incentivou a se aproximar da música e cultura latina e entrar no mercado internacional?
A música é uma linguagem universal e, com as plataformas digitais, as fronteiras quase não existem mais. Hoje, a gente vê uma troca constante de influências e tendências entre países, e eu sinto que isso é uma tendência crescente na música. A música tem o poder de unir as pessoas, independentemente de onde elas estejam, e eu estou empolgada em fazer parte desse movimento.
Cada vez mais o mercado musical recebe mais e mais figuras femininas. Mesmo com o grande e crescente número de mulheres na música brasileira hoje, ainda há muito desmérito e discriminação com produções femininas? O que mudou desde quando você começou?
A gente tá ganhando mais espaço e respeito, mas sempre tem desafios a enfrentar como mulher, não só na música. Mas não é só uma questão de gênero. Ainda tem muito preconceito com funk e o pagode também. Muitas vezes, o trabalho de mulheres nesses gêneros é desvalorizado, como se não tivesse o mesmo peso que outros estilos. Quando comecei, eu senti bastante isso. Era muito mais difícil encontrar espaço e respeito. Mas, aos poucos, as coisas estão mudando. As mulheres estão ganhando mais visibilidade e o funk e o pagode estão sendo reconhecidos como estilos importantes.
Sendo uma mulher preta e bissexual quais desafios e barreiras você teve que quebrar para chegar onde você chegou?
Eu tive que lutar muito para ser respeitada e reconhecida pelo meu talento. Houve momentos difíceis, mas sempre acreditei no meu potencial e na importância de ser verdadeira comigo mesma. Hoje, vejo que minha trajetória pode inspirar outras pessoas a também perseguirem seus sonhos, independentemente dos obstáculos.
Já ultrapassando uma década de carreira, você já se apresentou nos principais palcos do Brasil e em palcos internacionais importantes, como o Coachella. Durante todo esse período, várias pessoas começaram a te acompanhar e se tornaram fãs. Qual o sentimento de saber que você influencia uma geração?
É um sentimento de gratidão imensa. Saber que minha música e minha história inspiram tantas pessoas é algo que me motiva a continuar. Meus fãs são uma parte essencial da minha trajetória, e eu sempre tento retribuir esse carinho da melhor forma possível. É uma responsabilidade grande, mas também uma honra poder ser uma influência positiva na vida de tantas pessoas.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes