TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Brasil desponta como liderança na produção de energia limpa
Com vários empreendimentos, Bahia ocupa lugar de destaque e deve atrair grandes investimentos
Por Alan Rodrigues
Foco prioritário da missão 5 do Nova Indústria Brasil (NIB), plano de ‘neoindustrialização’ nacional, como define Uallace Moreira, secretário do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), a promoção da bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energéticas descortina um horizonte de possibilidades para o país e, particularmente, a Bahia.
Investimentos em energia eólica, solar, biomassa e suas respectivas cadeias produtivas, afetam de forma transversal todos os eixos estruturantes da nova política de desenvolvimento industrial.
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Para o diretor de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, a descarbonização é um desafio global e o Brasil, por já ter sua matriz elétrica renovável, ‘atrás somente da Noruega’, ocupa lugar de destaque nesse quesito.
Para isso, no entanto, depende de soluções tecnológicas ainda em desenvolvimento ou maturação, como o hidrogênio de baixo carbono e soluções em biocombustíveis e energia verde.
O país ocupa posição privilegiada na oferta de biocombustíveis avançados, como o etanol de segunda geração e mesmo o Sustainable Aviation Fuel (combustível sustentável de aviação) já em fase avançada de desenvolvimento por grandes ‘players’, como a própria Petrobras.
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No tema de minerais críticos, o Brasil também tem se destacado na produção de lítio, com casos de sucesso na exploração, mineração e beneficiamento inicial do minério. Empresas brasileiras estão exportando lítio de alto grau de pureza, o que permite produzir componentes de baterias e até mesmo baterias.
“Essa é uma corrida global e representa uma janela de oportunidade importante para o Brasil, devido às suas vantagens na área ambiental”, reforça Lucchesi.
Bahia na frente
E a Bahia se coloca à frente nessa corrida. Dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) demonstram queo estado é líder nacional na geração de energia eólica e um dos três maiores estados produtores de energia solar.
A matriz elétrica baiana já é 95% renovável, entre geração hidroelétrica, eólica e solar. Um dos principais desafios é a superação dos atuais gargalos para o setor energético, com a construção de mais linhas de transmissão, sobretudo no Oeste, que permitam a exportação de energia elétrica para outros estados.
O maior acesso ao gás natural, com diversificação das fontes de suprimento da Bahiagás e de outras distribuidoras, também faz parte do esforço para a transição energética limpa e sustentável. No caso do gás natural, o início da produção na Bacia Sergipe-Alagoas e a construção de um gasoduto para conectar esta bacia à Região Metropolitana de Salvador também estão nos planos.
Projeções que animam o segmento da indústria, que conta com o incentivo estatal para acelerar os investimentos e assumir protagonismo diante da nova realidade que se apresenta.
“A Bahia se coloca muito bem, até 2032 com previsão de R$ 34 bilhões de investimentos em renováveis, energia eólica, paineis solares, turbinas, etanol de milho. Para isso se concretizar eu preciso de políticas públicas”, acrescenta o Superintendente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Vladson Menezes.
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