ELEIÇÕES 2026
Jerônimo descarta pressa para definir chapa e cita sacrifício de Rui pelo PT
Governador também definiu o conceito de renovação política defendida pelo seu partido

Por Gabriela Araújo

A menos de um ano para eleição, o cenário político tenta equalizar uma difícil jogada de xadrez para a composição da chapa ao Senado. De um lado, dois governadores: Jaques Wagner, que já é senador da República, e Rui Costa, ministro da Casa Civil, e do outro, o senador Angelo Coronel, que tenta a reeleição.
A decisão final caberá ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), que já confirmou que concorrerá à reeleição, mas ainda não definiu o mês exato para o lançamento da chapa majoritária. O Executivo diz que não tem pressa para "bater o martelo" sobre o assunto.
“Eu não tô apressado não. Eu tenho o prazo até março. Vamos chegar a um consenso, não cabem três, só cabe dois. É justo que o ministro Rui Costa se coloque, ele governou o Estado por dois mandatos, hoje, é o ministro de uma das pastas mais importantes do Lula.[...]. Ele sacrificou em nome do grupo e garantiu a eleição do sucessor, a bancada de deputados e a eleição do Lula, ele coordenou”, disse o petista.
As declarações do governador Jerônimo foram dadas em entrevista exclusiva ao Grupo A TARDE, na segunda-feira, 29, na Governadoria, em Salvador.
O conceito de renovação defendido pelo PT
O ministro Rui Costa, por sua vez, é um dos nomes mais novos para concorrer ao Congresso Nacional, visto que nunca ocupou a cadeira de senador.
O senador Jaques Wagner, por sua vez, é um dos nomes do partido que vem defendendo a renovação política nas Casas Legislativas, contudo, permanece reafirmando a sua vontade de continuar no Congresso.
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Questionado, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) explicou que o conceito de “renovação” definido pelo seu grupo político está relacionado a não concentração de poder em uma única pessoa.
“Nós vamos criar as condições adequadas porque o conceito, por exemplo, de renovação no modelo da gente, não é um mesmo que manda como era no carlismo. No carlismo, renovava o nome, mas quem mandava era o único”, contou Jerônimo.
Ao fazer a comparação, o gestor estadual ressaltou que as tomadas de decisão dentro do governo da Bahia são de sua responsabilidade.
“Você botava ali um governador, depois outro governador, mas era um só que mandava. É diferente da gente, você não vê aqui Rui e Wagner, me dão sugestões, eu ouço os dois, eu ouço Lídice [deputada federal e presidente do PSB Bahia], mas a decisão é minha. A decisão é do governador, o líder”, afirmou ele, complementando:
“Então, é esse o conceito de renovação. Porque se for assim, o modelo de renovação da minha oposição é um menino novo com a cabeça de velho. [...]. O conceito não é esse, não é na idade apenas. É no formato”.
Fim do carlismo: o legado de Jaques Wagner
Na ocasião, ele ainda relembrou a eleição em que o agora líder do governo Lula (PT), Jaques Wagner (PT), derrotou Paulo Souto (PFL), liderado por Antônio Carlos Magalhães (ACM), que à época, dominava a Bahia.
“Nós tivemos Wagner enfrentando um modelo de coronel, com chicote na mão, era assim. Colocar polícia para prender gente, colocar a polícia para descobrir segredos da comunicação que estava falando demais, era esse o modelo. O Wagner quebrou”, concluiu.
Jaques Wagner foi eleito para governar a Bahia em 2007, com 53,12% dos votos válidos, no primeiro turno das eleições.
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