TRANSFORMAÇÃO
Adversário do Bahia, Fluminense apresenta proposta para virar SAF
Investidores assumiriam 65% da SAF, com aporte de até R$ 6,9 bilhões e foco em Xerém, elenco e infraestrutura.

Por Redação

O Fluminense —- adversário do Bahia nas quartas de final da Copa do Brasil — avançou mais um passo em direção à transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Na noite desta segunda-feira, 8, o clube apresentou ao Conselho Deliberativo a proposta oficial da Lazuli Partners e de sua subsidiária LZ Sports para a aquisição da futura "Fluminense SAF".
Pelo modelo sugerido, os investidores assumiriam 65% da empresa, enquanto a associação ficaria com os 35% restantes. A divisão leva em consideração a dívida atual do clube, estimada em R$ 871 milhões, que seria integralmente assumida pelo fundo. Em troca, a SAF garantiria royalties anuais à associação a partir de R$ 12 milhões.
O plano prevê um aporte inicial de R$ 500 milhões nos primeiros dois anos — sendo R$ 250 milhões na assinatura do contrato e mais R$ 250 milhões até 24 meses após o fechamento — além de investimentos obrigatórios de R$ 6,4 bilhões ao longo de uma década. Com isso, o valor total da operação pode chegar a R$ 6,9 bilhões.
Os recursos estão distribuídos em diferentes frentes: R$ 4,7 bilhões para folha salarial de elenco e comissão técnica, R$ 1,1 bilhão para contratações, R$ 359 milhões em desenvolvimento e formação de jogadores, R$ 84 milhões na melhoria do CT de Xerém e R$ 143 milhões em royalties à associação. A expectativa é que a folha mensal de futebol suba 30% já em 2026, passando dos R$ 19 milhões atuais para cerca de R$ 25 milhões.
Segundo Carlos de Barros, sócio da LZ Sports, o objetivo é colocar o Fluminense "no top 3 do país com cinco pilares de base: investimento em Xerém, em folha, em contratação de atletas, melhorias em análise de dados e sustentabilidade financeira de longo prazo".
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O grupo de investidores reúne 40 empresários, incluindo nomes de peso do mercado financeiro, como André Esteves (BTG Pactual), José Zitelmann (Absoluto Partners), Thiago De Luca (Frescatto) e membros das famílias Almeida Braga, Klabin e Monteiro Aranha, além de representantes de grupos como Apex Partners e Rede D’Or. Treze desses investidores já foram oficialmente divulgados.
Apesar do tamanho da operação, não haverá um controlador isolado. As regras internas de votação foram pensadas para impedir que o fundo fique paralisado em caso de discordância. A gestão será feita por um Conselho com oito cadeiras, sendo seis destinadas aos investidores e duas à associação.
A SAF ficaria responsável por administrar o futebol masculino, o feminino, as categorias de base e o futsal. O centro de formação de Xerém também passaria para a empresa, enquanto a sede de Laranjeiras e outros imóveis permaneceriam com a associação, com possibilidade de acordos de uso.
O projeto tem foco de longo prazo: não haverá distribuição de dividendos até que o compromisso de R$ 6,4 bilhões em investimentos seja cumprido. Além disso, o contrato prevê uma cláusula de lockup de cinco anos, impedindo a revenda de ações nesse período.
O nome do CEO ainda não foi definido. Carlos de Barros admitiu ver com bons olhos a presença de Mário Bittencourt, atual presidente, na estrutura da SAF, mas destacou que não há acordo firmado. "Avaliamos que o trabalho feito da reconstrução do clube de 2019 a 2025 foi positivo", disse.
A votação decisiva sobre a criação da SAF ficará para depois da eleição presidencial do clube, prevista para o fim de novembro ou início de dezembro. Caso seja aprovada por conselheiros e sócios, a “Fluminense SAF” pode se tornar realidade entre dezembro deste ano e fevereiro de 2026.


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