PIONEIRA
Após vender medalha olímpica, baiana recebe apoio de casa de apostas
Adriana Araújo conquistou a medalha de bronze nos Jogos de Londres-2012
Por Beatriz Amorim
Pioneira no boxe brasileiro, a baiana Adriana Araújo foi a primeira mulher a conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos de uma categoria individual, feito conquistado em Londres-2012. Entretanto, diferente do que parece, a caminhada de uma atleta de alto rendimento nem sempre é fácil e glamourosa. No caso da Pugilista, o sonho em ter um empreendimento pode ter um grande obstáculo pelo caminho: o dinheiro.
Desta maneira, a fim de realizar um outro sonho, Adriana precisaria abdicar da sua tão sonhada medalha olímpica, que poderia trazer o retorno necessário para se tornar a mais nova empresária do país. Em conversa exclusiva com o Portal A Tarde, a ex-pugilista deu detalhes sobre a ideia de vender a medalha de bronze e informações sobre a academia de boxe que será montada.
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“Eu me via em uma situação, financeiramente falando, que eu precisava fazer algum investimento. Graças a Deus eu trabalho com o Governo do estado no centro de treinamento de boxe, recebo todo o suporte e o meu salário mensalmente, mas é um valor que não é o suficiente para que eu sobreviva por conta própria, a gente sabe que tudo passa e acaba. Então, eu me vi nessa situação de querer abrir algo, mas não ter uma renda e eu via uma saída na medalha, algo que eu já estava pensando desde 2020, só não estava tendo coragem para tomar essa decisão. De início, eu queria abrir um restaurante, por gostar do ambiente, dos alimentos e também aprendi muita coisa com minha mãe”, disse Adriana.
Com a decisão tomada, a medalhista olímpica não esperava que a compra fosse feita de forma tão rápida e com um desfecho ainda mais surpreendente. O comprador do item valioso foi o CEO da casa de apostas SuperBet, Alexandre Fonseca, que, além de devolver a conquista de Adriana, resolveu ajudá-la no seu sonho.
“Quando eu dei esse lance, no dia mesmo apareceu um comprador e até então eu não sabia quem era. No dia que eu fui entregar a medalha, lá em São Paulo, descobri que era Alexandre Fonseca, da SuperBet. Ele me disse que tinha comprado a medalha e tinha interesse em me ajudar no empreendimento que eu queria abrir, que até então era o restaurante. Depois disso tudo, eu fiquei analisando as possibilidades e não queria perder essa oportunidade. Passei uma semana pensando, com dor de cabeça e pedindo para Deus uma direção, foi aí que eu raciocinei ‘pô, eu tenho 25 anos no boxe, criei um nome na modalidade e porquê não?’. Foi então que eu conversei com ele direitinho e decidimos”, revelou a ex-pugilista.
Com a decisão tomada, Adriana deu detalhes sobre o local do novo empreendimento e revelou que está estudando sobre empreendedorismo para fazer com que a academia seja um sucesso. Além disso, se mostrou grata pela ajuda do empresário.
“A academia será aberta lá em São Paulo. É o melhor lugar para se fazer investimento e receber um retorno financeiro. A SuperBet fez uma missão na minha vida que era impossível, na qual eu sou muito grata, até porque ela não só comprou a medalha, mas vem me dando toda a estrutura por fora do investimento. Eu estou buscando estudar, fazendo cursos por fora e buscando entendimento deste outro lado”.
Ainda acerca do tema, Adriana revelou o prazo de inauguração da academia, garantindo que será ainda este ano, com previsão para o mês de setembro.
“Estamos em busca do local. Eu passei 15 dias lá, procurando o espaço adequado. Até agora não batemos o martelo, por isso eu volto ainda nesta semana para continuar a busca. Assim que tivermos o espaço, lá para o dia 20 ou 25 de setembro essa academia já deve estar pronta e próxima da inauguração. Com certeza será ainda neste ano, com previsão para o próximo mês”, garantiu a medalhista.
Para construir o nome que tem hoje, o caminho de Adriana não foi nada fácil, vindo de uma época em que o esporte não tinha tanto investimento e acabava sem patrocínios. Brincando, a mais nova empresária disse que preferia ser uma atleta nos dias de hoje, garantindo que é muito mais difícil ser uma ‘pioneira’.
“Na minha época, o investimento era menor, não tínhamos patrocinadores como vemos hoje. A CBBoxe não aceitava que os subsídios privados viessem diretamente para os atletas e por isso as empresas deixavam de lado esse apoio, já que queriam fazer esse acordo diretamente com o atleta. Eu acabei sendo muito prejudicada. Eu tinha os resultados, mas não tinha os patrocinadores. Através do boxe, eu consegui ajudar minha família e ficar em uma situação boa, mas não para mudar totalmente. Sempre me perguntam se eu preferia ser a primeira, ou se eu gostaria de ser uma atleta da atualidade e eu afirmo que queria atuar hoje em dia”, brincou a baiana.
Para encerrar, próximo de realizar mais um grande sonho, a medalhista olímpica garantiu que irá abraçar outras modalidades além do boxe, como judô, muay thai e jiu jitsu. Além disso, destacou a importância da prática esportiva e como gostaria de passar valores e caráter.
“De início, eu penso em passar os seis primeiros meses lá, até mesmo para conseguir dar o suporte, conseguir alunos e passar a credibilidade da minha academia. Eu tenho a experiência de 25 anos e gostaria de estar presente para passar o meu estilo. Com o tempo, eu pretendo também trabalhar com outras modalidades de lutas, como judô, muay thai, jiu jitsu e outras. O importante é que o cidadão esteja praticando algum esporte, com saúde, que é a essência do esporte, a lição de vida, os valores, caráter e eu gostaria de passar isso”, declarou Adriana.
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