"CULTURA POPULAR"
Augusto Vasconcelos quer manter "essência" do Ba-Vi com torcida mista
Vereador de Salvador promete levar discussão para a câmara com intuito de garantir a paz
Por Marcos Valença e Lincoln Oriaj
O vereador de Salvador, Augusto Vasconcelos (PCdoB), esteve presente na audiência pública que debateu a volta da torcida mista nos clássicos do futebol baiano, na manhã desta quarta-feira, 13. Na ocasião, o parlamentar bateu um papo exclusivo com o Portal A TARDE e defendeu o retorno das duas torcidas no Ba-Vi, que segundo ele, tem como essência a família e amigos.
“O Ba-Vi faz parte da cultura popular do povo da Bahia e é fundamental que a gente assegure que os clássicos sejam pautados pela paz, pelo convívio, pela boa resenha. A proibição das duas torcidas acaba dando a vitória aos violentos e não podemos permitir. A essência do Ba-Vi, que é a possibilidade das famílias estarem assistindo em conjunto, mesmo em lados opostos, ou às vezes até no mesmo lado, através das torcidas mistas, nós precisamos resgatar isso”, afirmou o vereador.
Para Augusto, é essencial que as torcidas organizadas de Bahia e Vitória participem do debate e também lembra que a violência não é um problema exclusivo do estádio, mas sim da sociedade em geral.
“Eu acredito que essa audiência é importante, porque ela garante a presença do Ministério Público, a presença dos clubes, a própria polícia, os órgãos de segurança, o parlamento, para pensar leis e iniciativas que possam viabilizar o retorno das duas torcidas aos estádios. Mas é fundamental que tenhamos também a presença das torcidas organizadas nesse debate. Eu acredito que outras audiências devem acontecer. Nós temos que trabalhar de maneira processual, gradual, para que haja este retorno”, disse ao Portal A TARDE.
“É necessário ter um olhar mais atencioso para entender que o problema não está localizado dentro do estádio, é um problema mais amplo da sociedade, o problema da violência não é só do futebol, o problema é geral, que envolve as desigualdades sociais, falta de oportunidades e tantas outras questões, até uma cultura da violência que nós estamos vivendo atualmente. Então proibir as torcidas não resolve o problema, mas também não dá para ter um retorno sem um planejamento, então a gente precisa preparar o poder público e a sociedade, através dos órgãos de representação e em especial as próprias torcidas organizadas, para a gente construir o caminho para ter um retorno do Ba-Vi com as duas torcidas”, complementou o parlamentar.
O vereador, que atualmente é o líder do PCdoB na Câmara Municipal de Salvador (CMS), quer levar essa discussão para lá a fim de viabilizar o retorno das duas torcidas aos estádios em dia de clássicos.
“Eu faço parte da Comissão de Esportes da Câmara, que é a Comissão de Educação e Esportes, e que trata dessa temática também. Nós vamos pautar o tema na Câmara Municipal. Eu acredito que a Assembleia Legislativa, a Câmara Municipal, em conjunto com a Polícia Militar e o Ministério Público, os dois clubes, as torcidas organizadas e a sociedade de um modo geral para pensarmos iniciativas que viabilizem o retorno das duas torcidas aos estados em dias de clássico e que assegurem caminhos para evitar qualquer tipo de violência”, contou Augusto.
“Não dá para a gente aceitar que a violência seja vitoriosa e, na prática, o afastamento de uma torcida ou da outra em um clássico acaba dando a vitória aos violentos. Para isso, a gente vai precisar ter planejamento, inteligência e capacidade de diálogo para construir medidas que evitem os confrontos e que garantam que o Ba-Vi volte a ser da paz, como sempre foi ao longo da imensa trajetória desse clássico”, concluiu o vereador.
Além do vereador Augusto Vasconcelos, participaram da audiência o comandante do BEPE, tenente-coronel Elbert Vinhático, o presidente do Vitória, Fábio Mota, o vice-presidente do Bahia, Vitor Ferraz, o presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ricardo Lima, e representantes do Ministério Público e de membros da sociedade civil. As torcidas organizadas Bamor e Os Imbatíveis não enviaram representantes.
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