INJÚRIA RACIAL
Saiba tudo sobre o caso de racismo com a atleta Suelen, do Bahia
Jogadora foi vítima do treinador português Hugo Duarte, do JC-AM
Por Da Redação
O Esporte Clube Bahia voltou à elite do futebol feminino. Na noite de segunda-feira, 8 de julho, as Mulheres de Aço garantiram o retorno à Série A1 do Campeonato Brasileiro ao empatar sem gols com o JC-AM, em Pituaçu, nas quartas de final da Série A2. No jogo de ida, a equipe baiana havia vencido por 2 a 0 no Amazonas, assegurando a vaga na semifinal contra o Sport Recife.
Porém, a classificação histórica do Bahia foi ofuscada por um grave incidente de racismo. Após o apito final, as jogadoras se envolveram em uma briga generalizada dentro de campo. O tumulto foi registrado em vídeos nas redes sociais e mostrou a intervenção de diversas pessoas para evitar maiores proporções.
A árbitra da partida relatou na súmula que o técnico português Hugo Duarte, do JC, proferiu insultos racistas contra a jogadora Suelen, do Bahia. Duarte foi detido pelo Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (BEPE) e permanece na Central de Flagrantes, conforme informações da Polícia Civil. Sua audiência de custódia está marcada para a manhã desta quarta-feira, 10, na Vara de Audiência de Custódia da Comarca de Salvador.
Nesta terça-feira, 9 de julho, Suelen se manifestou em seu perfil no Instagram. Para ela, o comandante do JC “utilizou de mecanismo de opressão para inferiorizar sua negritude”.
“A Constituição Brasileira delineia o direito de ser tratado como igual perante os demais membros da sociedade, sem discrição de etnia e raça. Entretanto, lamentavelmente, ontem, na partida que garantiu o tão esperado acesso para a elite do futebol brasileiro, fui submetida ao ato de racismo praticado pelo criminoso treinador do time adversário, pois utilizou de mecanismo de opressão para inferiorizar minha negritude”, escreveu Suelen.
“A naturalização que se foi proferida mais de uma vez pela expressão racista ‘macaca’ tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato de denúncia é a arma que tenho para combater o racista. Agradeço às minhas companheiras, família e ao Bahia por todo o suporte e acolhimento”, complementou.
Em nota oficial, o JC Futebol Clube repudiou qualquer tipo de racismo e garantiu que está averiguando todas informações necessárias. Já a Federação Bahiana de Futebol (FBF), também por meio de comunicado, lamentou o episódio e cobrou punição ao técnico.
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